Gigantes de Wall St cresceram com crise bancária? Balanços podem surpreender

Estimativas de mercado apontam para queda de depósitos sem precedentes no primeiro trimestre, como reflexo da fuga para produtos de maior remuneração

Resultados do primeiro trimestre devem revelar impactos dos juros altos para os grandes bancos de Wall Street
Por Katherine Doherty e Jenny Surane
13 de Abril, 2023 | 08:07 AM
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Bloomberg — As três maiores instituições financeiras dos Estados Unidos estão prestes a revelar como se saíram durante o período de intensa saída de clientes no primeiro trimestre com a crise bancária.

Os depósitos de clientes junto ao JPMorgan (JPM), ao Wells Fargo (WFC) e ao Bank of America (BAC) devem ter caído US$ 521 bilhões em relação ao ano anterior, a maior contração em uma década, segundo estimativas de analistas. O declínio inclui uma queda de US$ 61 bilhões em relação ao final do ano.

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Embora a turbulência no setor bancário americano tenha estimulado um fluxo de bancos menores para os maiores, isso não foi suficiente para compensar uma tendência que começou antes das quebras de bancos regionais: a fuga de clientes para produtos que oferecem rendimentos mais altos fora dos bancos.

“De longe, o maior problema para os bancos são os depósitos, tanto para o trimestre quanto para março”, disse Mike Mayo, analista da Wells Fargo, em entrevista. Não informar os investidores claramente só piora a situação, acrescentou.

Os maiores bancos dos EUA devem anunciar que clientes reduziram depósitos nos últimos meses por procurarem melhores formas de rentabilizar o dinheiro

O Western Alliance Bancorp aprendeu essa lição da pior forma na semana passada, quando divulgou informações financeiras atualizadas que deixaram de fora dados sobre os níveis de depósito. As ação do banco com sede em Phoenix despencaram, até que divulgou dados de depósitos no final do dia, que eram melhores do que alguns analistas temiam.

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Para credores menores como o Western Alliance o problema é maior: o recente colapso de três credores regionais nos EUA deixou os consumidores nervosos, levando-os a sacar dinheiro e para guardar em bancos maiores.

A turbulência também pesou sobre as ações do setor. O KBW Bank Index cai 19% no ano depois de um tombo de 25% em março. Os papeis de bancos regionais foram os mais prejudicados no período, com um colapso de 89% para a ação do First Republic Bank no mês.

As divulgações de balanços dos grandes bancos dos EUA nesta semana e na próxima podem intensificar as preocupações, se os dados de depósitos vierem abaixo das expectativas, e desencadear mais questionamento sobre a saúde e o futuro do setor.

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Apesar da volatilidade recente, os bancos também alertaram que a receita das mesas de operações de mercado provavelmente apresentará uma queda nos primeiros três meses do ano em comparação com o ano anterior, quando a invasão russa da Ucrânia agitou os mercados e estimulou a atividade dos clientes nos mercados.

Para os cinco maiores bancos de investimento de Wall Street — grupo que, além do JPMorgan e BofA, também inclui Citigroup (C), Goldman Sachs (GS) e Morgan Stanley (MS) — espera-se que a receita total das mesas caia em US$ 3,2 bilhões, ou 10%, para US$ 29,9 bilhões.

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