Bloomberg — A JPMorgan Asset Management está otimista com a dívida local de mercados emergentes apesar de toda a volatilidade.
O braço de gestão do maior banco dos Estados Unidos, com US$ 2,5 trilhões em suas carteiras, espera retornos de dois dígitos em títulos em moeda local dos países em desenvolvimento este ano, de acordo com Zsolt Papp, gerente sênior de investimentos da empresa.
“Continuamos a gostar de dívida local”, disse Papp em entrevista à Bloomberg News. “Quando olho para os rendimentos desta classe de ativos e o potencial das taxas de câmbio, ainda podemos obter retornos de dois dígitos em 2023.”
A JPMorgan Asset Management está fazendo apenas pequenos ajustes em suas carteiras de emergentes e mantém sua preferência por moeda local, em vez de dívida em moeda forte, disse Papp. Isso se deve à fraqueza do dólar e a um menor risco de refinanciamento, diante das dificuldades de captação no mercado global, disse ele.
Papp disse que está mais interessado em mercados emergentes onde os bancos centrais têm atuado de forma decisiva e oferecem taxas de juros reais positivas, e mencionou especificamente Brasil, Indonésia e México.
Depois de um início de ano bom, os mercados emergentes foram atropelados pela turbulência no setor bancário dos EUA e Europa, que gerou mais incerteza sobre as perspectivas para a política monetária do Federal Reserve.
Os títulos e as ações de emergentes geraram retornos positivos nos últimos dois trimestres, mas ficaram atrás dos ativos de países desenvolvidos.
“O que não esperávamos e que está pegando todo mundo de surpresa é o nível de volatilidade”, disse Papp. “Mas os números não são tão ruins. Em última análise, a renda fixa está gerando retornos positivos novamente.”
O fundo de dívida de mercados emergentes em moeda local da JPMorgan Asset Management tem um retorno de 6% este ano, o dobro do retorno de um índice da Bloomberg que acompanha o segmento. O fundo supera cerca de nove em cada dez de seus pares, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
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