Bloomberg — A calmaria desta semana no mercado de ações dos Estados Unidos provavelmente terminará com o relatório do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) desta quarta-feira (12), de acordo com John Flood, sócio do Goldman Sachs (GS).
Segundo ele, o índice S&P 500 deverá cair pelo menos 2% caso a taxa de inflação fique acima da leitura anterior de 6% na comparação anual. Mas é provável que as ações subam, diz ele, em relatório, se o CPI atingir ou ficar abaixo de 5,1%, que é a estimativa consensual dos economistas em uma pesquisa da Bloomberg.
“O mercado de ações quer um dado mais suave, pois números mais fortes vão adicionar mais confusão/incerteza à equação do que o Fed fará a partir daqui”, escreveu o trader veterano.
“Outro aumento em maio, mas depois cortes agressivos no quarto trimestre? É isso que os futuros das taxas do Fed estão precificando antes dos dados desta quarta.”
Os rendimentos do Tesouro subiram na terça-feira (11), enquanto as ações oscilaram, com os investidores aguardando os dados de inflação e os balanços corporativos do primeiro trimestre, que serão divulgados no final desta semana.
Entre 2021 e início de 2022, o Federal Reserve avaliou erroneamente a inflação como transitória e foi forçado a acelerar os aumentos das taxas para desacelerar a economia. A incerteza sobre o rumo de sua política fez dos dados do CPI uma fonte de maior volatilidade do mercado durante o ano passado.
Ao longo desse período, o S&P 500 se movimentou, para cima ou para baixo, 1,9% em média no dia do CPI, mais que o dobro do que nos 12 meses anteriores.
O índice avançou 7% desde janeiro, em parte devido à especulação de que o Fed reverterá o curso e afrouxará a política monetária ainda este ano, já que a probabilidade de uma recessão aumentou.
A análise de cenário de Flood fornece uma visão dos riscos enfrentados pelos investidores nesta quarta-feira. Um de seus desafios é que a inflação é medida de várias maneiras.
Enquanto alguns economistas e analistas estão focados nas mudanças mensais, outros estão enfatizando os dados que excluem alimentos e energia, conhecidos como o núcleo da inflação.
Em uma pesquisa da casa de análise 22V Research com clientes, cerca de metade dos entrevistados disse esperar que o núcleo do CPI venha em linha com o consenso de 5,6% ou mais, e apenas um pouco mais de um quarto via o evento como arriscado.
“Os investidores estão esperando por uma retração e acham que os dados macro o fornecerão em breve, um tema que não ocorreu no ano”, escreveu Dennis DeBusschere, fundador da 22V Research, em nota.
A inflação deve desacelerar pelo nono mês consecutivo. Embora a queda seja um sinal de que o aperto monetário agressivo do Fed pode ter domado um pouco as pressões sobre os preços, a inflação ainda está longe da meta de 2% do banco central.
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