Bloomberg — O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse a investidores que ficou encorajado pela inflação abaixo do esperado divulgada nesta semana, mas que a autoridade monetária quer ver uma tendência de queda antes de alterar o curso da política monetária, de acordo com três pessoas familiarizadas com as conversas ouvidas pela Bloomberg News.
A inflação anual atingiu 4,65% em março, abaixo da estimativa mediana de 4,71% de analistas consultados pela Bloomberg e dentro da meta para 2023 de 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo ou para cima.
Mas o BC está esperando que as expectativas de inflação de longo prazo caiam antes de começar a aliviar as taxas de juros, disse Campos Neto em evento realizado na quarta-feira (12) pela XP Investimentos, de acordo com os presentes, que pediram anonimato para discutir sua apresentação.
A fala ocorreu durante evento em meio à reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington.
Um porta-voz do Banco Central não quis comentar.
O Banco Central manteve a Selic em 13,75%, o maior nível em seis anos. Isso desagradou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que argumenta que os juros elevados prejudicam o investimento e a população pobre do país.
A equipe econômica apresentará o texto da nova regra fiscal ao Congresso nos próximos dias, um plano que o governo espera que acalme os temores do mercado sobre o aumento da dívida e dos gastos públicos. Lula elogiou publicamente a proposta esta semana.
Campos Neto disse estar otimista de que o Congresso aprovaria a proposta de arcabouço sem suavizar seus principais pontos, de acordo com uma das pessoas presentes.
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