Bloomberg — A viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China incluirá um tour pelo centro de inovação da Huawei em Xangai, uma visita com potencial de irritar o governo dos Estados Unidos, que alegam que a empresa de tecnologia representa uma ameaça à segurança nacional. A Huawei nega as alegações.
O líder brasileiro visitará as instalações da Huawei Technologies nesta quinta-feira (13), disse uma pessoa familiarizada com o plano, pedindo anonimato porque sua agenda ainda não foi publicada. Lula terá uma reunião bilateral com o presidente da China, Xi Jinping, em Pequim no dia seguinte.
A viagem de Lula à China, pouco mais de um mês após a visita de Joe Biden aos Estados Unidos, mostra a importância dada pelo líder de esquerda aos dois países, que são os dois maiores parceiros comerciais do Brasil - e as duas maiores economias do mundo. Sua visita à Huawei envia uma mensagem de que ele não escolherá lados na luta dos EUA contra a gigante da tecnologia.
“Queremos ter relações boas e próximas com todos, em todos os lugares”, disse o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, a um pequeno grupo de jornalistas na última quinta-feira (5), em uma entrevista coletiva antes da viagem de Lula à China.
Uma possível visita à Huawei não deve ser vista como uma provocação pelos EUA, disse ele antes da confirmação da reunião. “Se o presidente visitar outros países, provavelmente visitará outras empresas”, disse o comandante do Itamaraty.
A decisão de Lula de visitar a Huawei atendeu a um convite feito pela empresa, que está presente no Brasil há mais de 20 anos. Em 2021, a companhia chinesa venceu um leilão para fornecer equipamentos para implantação da tecnologia 5G em todo o país.
Também em 2021, a Comissão Federal de Comunicações dos EUA incluiu a empresa em uma lista de cinco empresas de tecnologia chinesas consideradas como “risco inaceitável” para a segurança nacional. A Huawei nega que represente esse risco.
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