IPCA sobe 0,71% em março e desacelera mais que o estimado pelo mercado

Economistas esperavam inflação de 0,77% no mês passado, segundo projeções coletadas pela Bloomberg, abaixo do 0,84% de fevereiro

Preços de combustíveis representaram o principal componente de pressão para o IPCA em março de 2023 (Francesca Gennari/Bloomberg)
11 de Abril, 2023 | 09:13 AM

Bloomberg Línea — O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve alta de 0,71% em março, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta manhã de terça-feira (11).

Em fevereiro, a taxa havia sido de 0,84%. No acumulado de 2023, a alta é de 2,09% e, em 12 meses, de 4,65%.

Economistas consultados pela Bloomberg estimavam desaceleração do IPCA para 0,77% na comparação mensal.

O principal impacto para a desaceleração na comparação com março veio da categoria de preços de Educação, com menor efeito sazonal já com o começo das aulas. O impacto para a composição do índice caiu de 0,35 ponto percentual em fevereiro para 0,01 em março.

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Por outro lado, mais uma vez os preços da categoria de Transportes pressionaram o IPCA: a alta foi de 2,11% em março e um impacto de 0,43 ponto no índice final (versus 0,07 ponto em fevereiro).

Os preços de combustíveis representaram principal componente de pressão para o IPCA no mês passado: a gasolina subiu 8,33% e respondeu por 0,39 ponto percentual do índice, ou seja, mais da metade.

Os dados de inflação são acompanhados de perto pelo mercado financeiro, que tenta avaliar os efeitos da política monetária no controle dos preços e busca espaço para um possível corte da taxa de juros ainda neste ano.

A desaceleração do IPCA deve servir de argumento ao governo Lula e aos críticos do atual patamar das taxas de juros, em 13,75% ao ano.

Nesta segunda (10), o relatório Focus, do Banco Central, elevou pela segunda semana suas projeções para a inflação. Agora, os economistas veem alta de 5,98% para o IPCA em 2023 e de 4,14% em 2024.

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