Bloomberg — Colocar uma pausa temporária no desenvolvimento de Inteligência Artificial (IA) só traria uma vantagem para os concorrentes na China, disse o ex-CEO do Google Eric Schmidt, depois que mais de 1.000 pesquisadores e grandes nomes do setor como Elon Musk e Steve Wozniak assinaram uma carta alertando sobre as consequências de avançar muito rapidamente nas pesquisas nesse campo.
Em uma entrevista recém-publicada no Australian Financial Review, Schmidt disse que há preocupações legítimas sobre a velocidade da pesquisa em IA, mas que elas deveriam ser mitigadas por meio do trabalho colaborativo de empresas de tecnologia para estabelecer padrões.
No fim de março, mais de 1.000 pesquisadores e executivos, incluindo o fundador e CEO da Tesla (TSLA) e o cofundador da Apple (AAPL), assinaram uma carta aberta publicada pelo Future of Life Institute, que pedia uma pausa na pesquisa de IA de “pelo menos seis meses”, com alerta aos “efeitos potencialmente catastróficos” na sociedade se a governança apropriada não for implementada.
“Nos últimos meses, os laboratórios de IA travaram uma corrida fora de controle para desenvolver e implantar mentes digitais cada vez mais poderosas que ninguém – nem mesmo seus criadores – pode entender, prever ou controlar de forma confiável”, disse a carta.
Mas Schmidt disse que não é a favor da pausa de seis meses, pois isso “simplesmente beneficiaria a China”.
“Sou a favor de reunir todos o mais rápido possível para discutir quais são as proteções apropriadas”, disse o executivo, que comandou o Google entre 2001 e 2011 como CEO e depois atuou como presidente do conselho da gigante de tecnologia e de sua holding, a Alphabet, entre 2011 e 2017. Ele deixou a empresa
Foram as duas décadas em que a empresa fundada por Sergey Brin e Larry Page em 1998 ganhou notoriedade e escala por meio de suas inovações e se tornou uma líder global em tecnologia.
Na semana passada, a Austrália decidiu banir o TikTok dos celulares do governo, enquanto vários líderes estaduais disseram que parariam de usar o aplicativo de mídia social de propriedade chinesa.
Schmidt disse que não era a favor das recentes proibições ao TikTok impostas pelos governos de EUA, Reino Unido e Austrália, mas acrescentou que os governos ocidentais precisam agir mais rapidamente para acompanhar a pesquisa e o desenvolvimento dos chineses.
“A China é muito inteligente, eles sabem o que estão fazendo. Precisamos nos organizar”, disse.
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