A Tiger perdeu até 67% em tech em 2022. Agora, diz que setor se renovou

Chase Coleman, fundador da Tiger Global, diz que inovações como IA trouxeram nova perspectiva e recomenda ações de big techs para investidores à procura de ativos

John e Amy Griffin (à esquerda) com Chase e Stephanie Coleman em evento em Nova York (Amanda Gordon/Bloomberg)
Por Amanda Gordon
08 de Abril, 2023 | 05:19 PM

Bloomberg — O fundador da Tiger Global Management, Chase Coleman, que foi prejudicado pela acentuada perda de valor de empresas de tecnologia no ano passado, disse que o setor agora parece atraente graças à inteligência artificial (IA) e a outras novas tecnologias.

“A tecnologia voltou a ser interessante”, disse Coleman, falando para algumas centenas de convidados no almoço anual do Boys’ Club of New York em Manhattan na terça-feira (4). Quando um convidado pediu dicas de ações aos palestrantes do evento, ele disse para comprar FAANGs, o acrônimo para empresas de tecnologia de mega capitalização: Facebook (Meta), Apple, Amazon, Netflix e Google (Alphabet).

PUBLICIDADE

No ano passado, o índice Nasdaq Composite, concentrado em ações tecnologia, caiu 33%, afetado pela inflação persistente e pelo aumento das taxas de juros promovido pelo Federal Reserve.

A Tiger Global se saiu muito pior. A empresa reduziu o valor de seus fundos de risco em um terço no ano passado, enquanto em certos casos, seus fundos hedge e long only caíram 56% e 67%, respectivamente.

Neste ano, o índice se recuperou até aqui - subiu 16% até agora - e Coleman está entusiasmado com as perspectivas do setor.

PUBLICIDADE

Ele disse que, embora as empresas de tecnologia “estejam em sua própria versão de recessão há quase um ano”, 2023 apresenta novas oportunidades graças a “novas tecnologias bastante interessantes” como a IA.

“Pense nisso em termos de empresas que investem nessas tecnologias e como elas as usam”, disse ele, dando o exemplo da Amazon (AMZN) usando o ChatGPT para facilitar as compras. “Vai ser gradual. Seja paciente.”

Ensinamentos de Julian Robertson

Coleman respondeu a questão de Edgar Azuara, de 16 anos, membro do Boys ‘Club of New York do East Harlem, sobre quais ações comprar. Mas Azuara conseguiu mais do que dicas de investimento com o evento.

PUBLICIDADE

Coleman dividiu o palco com outros gestores de fundos famosos que ofereceram insights e lições aprendidas trabalhando para o lendário investidor Julian Robertson, que morreu em agosto passado.

Coleman disse que Robertson lhe ensinou “a importância de ter muito DNA e pouca experiência. Ele não se importava com quantos anos você tinha, qual era o seu passado, quantas rebatidas você teve - tudo se resumia à qualidade da ideia.

Os colegas de painel de Coleman foram John Griffin, da Blue Ridge Capital, Robert Pitts, da Steadfast Capital, e Lee Ainslie, da Maverick Capital, todos os quais trabalharam Tiger Management de Robertson.

PUBLICIDADE

Outros participantes incluíram Scott Shleifer e Bobby Fallon, da Tiger Global; Thorpe McKenzie, co-fundador da Tiger Management com Julian em 1980; Gil Caffray, que trabalhou como diretor de investimentos da Tiger; e Tiger Williams, que trabalhava como comerciante lá.

O evento arrecadou mais de US$ 2 milhões para o Boys ‘Club, entidade que Robertson e sua falecida esposa Josie apoiaram por décadas.

- Com a colaboração de Hema Parmar.

Veja mais em Bloomberg.com

Leia também

Estrategista mais otimista de Wall St diz: ‘é a calmaria antes da tempestade’

Por que fundos avaliam que startups latinas podem retomar onda de IPOs

Bancos vs. techs: trimestre afeta estratégias vencedoras do último ano