Bloomberg Línea — O Brasil perdeu espaço na lista das pessoas mais ricas do mundo neste ano, divulgada pela Forbes nesta semana. A edição de 2023 trouxe 2.640 nomes no ranking global. Desse total, apenas 51 são brasileiros, 11 a menos do que o número (62) do ano passado.
Dos 51 bilionários do país, 12 aparecem na lista com valores referentes à soma da riqueza de seus familiares. A maioria (29 bilionários) dos brasileiros citados na lista tem uma fortuna abaixo de US$ 2 bilhões. Segundo a Forbes, a pessoa mais rica do Brasil é considerada Vicky Safra, de 70 anos.
Uma das razões é a queda do valor das ações de empresas que servem como base para o patrimônio de boa parte dos bilionários. No período entre a divulgação de 2022 e a deste ano, o Ibovespa perdeu cerca de 20%. O dólar também estava menos valorizado nessa comparação no mesmo período do ano.
A fortuna de Vicky e sua família é estimada em US$ 16,7 bilhões e tem origem no setor financeiro. Ela é viúva do banqueiro libanês, com cidadania brasileira, Joseph Safra (1938-2020), a quem é atribuído junto com o irmão Moise a ascensão do Safra a um dos maiores bancos para alta renda do mundo. Atualmente é processada pelo filho Alberto devido a divergências sobre a partilha do império.
No Bloomberg Billionaire Index, que faz o acompanhamento diário do patrimônio das 500 pessoas mais ricas do mundo, Vicky entra como a mais rica da Grécia, país em que nasceu.
Na Forbes, Vicky superou Jorge Paulo Lemann, 83 anos, em segundo lugar com US$ 15,8 bilhões, incluindo bens da família. Ele é sócio da 3G Capital com Marcel Telles (3º) e Carlos Alberto Sicupira (5º), acionistas da varejista Americanas (AMER3), em recuperação judicial desde janeiro depois de revelar um rombo contábil da ordem de R$ 20 bilhões, e da maior cervejaria do mundo, a AB InBev (BUD).
Na quarta posição está Eduardo Saverin, 41 anos, um dos fundadores do Facebook, com US$ 10,2 bilhões. O agronegócio é a fonte de riqueza de três estreantes: Blairo Maggi (39º), Itamar Locks (38º) e Hugo Ribeiro (46º), acionistas da Amaggi, do setor de grãos (soja e milho) e fibras (algodão).
A matriarca da família Maggi, Lúcia Maggi, de 90 anos, está em 35º lugar no grupo dos bilionários brasileiros, com fortuna estimada em US$ 1,4 bilhão, incluindo patrimônio da família. A gaúcha é viúva de André Maggi (1927-2021). O casal fundou uma empresa para o plantio de soja em 1977.
A soma das 51 fortunas brasileiras (US$ 160,4 bilhões) não chega ao valor obtido pela pessoa mais rica do mundo, o francês Bernard Arnault e família (US$ 211 bilhões), dono do império de luxo que tem a Louis Vuitton como destaque (LVMH). Foi a primeira vez que a França liderou a lista global.
Novo dono do Twitter, Elon Musk (US$ 180 bilhões), da fabricante de carro elétrico Tesla (TSLA) e da empresa de foguetes SpaceX, apareceu em segundo lugar no ranking global, à frente de Jeff Bezos (US$ 114 bilhões), fundador da Amazon (AMZN), gigante do e-commerce, e dono do jornal The Washington Post.
Em quarto lugar ficou Larry Ellison (US$ 107 bilhões), da gigante de tecnologia Oracle (ORCL), seguido pelo megainvestidor Warren Buffett (US$ 106 bilhões) com sua holding de investimentos Berkshire Hathaway, e por Bill Gates (US$ 104 bilhões), cofundador de outra big tech, a Microsoft (MSFT).
Veja os 51 bilionários brasileiros:
- Vicky Safra e família (100º no ranking global): US$ 16,7 bilhões
- Jorge Paulo Lemann e família (108º): US$ 15,8 bilhões
- Marcel Herrmann Telles (165º): US$ 10,6 bilhões
- Eduardo Saverin (171º): US$ 10,2 bilhões
- Carlos Alberto Sicupira e família (232º): US$ 8,6 bilhões
- Alexandre Behring (511º): US$ 5,2 bilhões
- André Esteves (580º): US$ 4,7 bilhões
- João Moreira Salles (679º): US$ 4,1 bilhões
- Walther Moreira Salles Junior (679º): US$ 4,1 bilhões
- Jorge Moll Filho e família (721º): US$ 3,9 bilhões
- Fernando Roberto Moreira Salles (721º): US$ 3,9 bilhões
- Pedro Moreira Salles (721º): US$ 3,9 bilhões
- Maurizio Billi (818º): US$ 3,5 bilhões
- Walter Faria (878º): US$ 3,3 bilhões
- Luciano Hang (905º): US$ 3,2 bilhões
- Miguel Krigsner (949º): US$ 3,1 bilhões
- José João Abdala Filho (1.104º): US$ 2,7 bilhões
- Joesley Batista (1.164º): US$ 2,6 bilhões
- Wesley Batista (1.164º): US$ 2,6 bilhões
- Alceu Elias Feldmann e família (1.217º): US$ 2,5 bilhões
- Abilio dos Santos Diniz (1.272º): US$ 2,4 bilhões
- Lirio Parisotto (1.312º): US$ 2,3 bilhões
- Julio Bozano (1.575º): US$ 1,9 bilhão
- Jayme Garfinkel e família (1.647º): US$ 1,8 bilhão
- João Roberto Marinho (1.647º): US$ 1,8 bilhão
- José Roberto Marinho (1.647º): US$ 1,8 bilhão
- Roberto Irineu Marinho (1.647º): US$ 1,8 bilhão
- Alexandre Grendene Bartelle (1.725º): US$ 1,7 bilhão
- Ilson Mateus e família (1.725º): US$ 1,7 bilhão
- Alfredo Egydio Arruda Villena Filho (1.804º): US$ 1,6 bilhão
- Ana Lucia de Mattos Barretto Villela (1.905º): US$ 1,5 bilhão
- Rubens Ometto Silveira Mello (1.905º): US$ 1,5 bilhão
- Sasson Dayan e família (2.020º): US$ 1,4 bilhão
- Liu Ming Chung (2.020º): US$ 1,4 bilhão
- Lúcia Maggi e família (2.020º): US$ 1,4 bilhão
- Carlos Sanchez (2.020º): US$ 1,4 bilhão
- Anne Werninghaus (2.020º): US$ 1,4 bilhão
- Itamar Locks e família (2.133º): US$ 1,3 bilhão
- Blairo Maggi (2.133º): US$ 1,3 bilhão
- João Alves de Queiroz Filho (2.259º): US$ 1,2 bilhão
- José Roberto Ermirio de Moraes (2.259º): US$ 1,2 bilhão
- José Ermirio de Moraes Neto (2.259º): US$ 1,2 bilhão
- David Feffer (2.259º): US$ 1,2 bilhão
- Neide Helena de Moraes (2.259º): US$ 1,2 bilhão
- José Isaac Peres e família (2.259º): US$ 1,2 bilhão
- Hugo Ribeiro e família (2.259º): US$ 1,2 bilhão
- Antonio Luiz Seabra (2.259º): US$ 1,2 bilhão
- Daniel Feffer (2.405º): US$ 1,1 bilhão
- Ruben Feffer (2.405º): US$ 1,1 bilhão
- Marcelo Kalim (2.540º): US$ 1 bilhão
- Vera Rechulski Santo Domingo (2.540º): US$ 1 bilhão
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