Boa notícia para Gol? Boeing deve antecipar aumento de produção do 737 MAX

Fabricante americana que tem a companhia brasileira como cliente precisa ampliar produção de sua família de jatos mais demandada para atingir metas de fluxo de caixa livre

Por

Bloomberg — A Boeing (BA) planeja aumentar a produção de sua família de jatos 737 para uma taxa mensal de 38 aviões até o meio do ano, meses antes do que os analistas previam, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.

A fabricante de aviões dos Estados Unidos tem informado os clientes - companhias aéreas - sobre seus planos de aumentar a produção de sua principal aeronave geradora de dinheiro nos próximos meses, enquanto contrata e treina trabalhadores para apoiar o ritmo de fabricação mais rápido, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas, discutindo um assunto confidencial.

Acelerar a fabricação e as entregas de seu modelo 737 Max pode permitir que a Boeing atinja sua meta de US$ 10 bilhões em fluxo de caixa livre anual até 2025 ou 2026, sem abrir mão de participação de mercado para a rival europeia Airbus.

A notícia pode beneficiar companhias aéreas que estão na fila para receber os modelos, que são mais eficientes no consumo de combustível - algo fundamental em países como o Brasil, onde a Gol (GOLL4) é uma das clientes da fabricante americana. A empresa brasileira busca substituir modelos da geração anterior, a NG (Next Generation), por outros da família MAX.

Depois de um discurso no Wings Club de Nova York em 30 de março, o chefe comercial da Boeing, Stan Deal, disse a repórteres que os aumentos nas tarifas estavam em andamento e deveriam acontecer “muito em breve”.

As ações reverteram a queda na quinta-feira com as notícias do aumento da produção e fecharam em ganho de 0,65%. As ações ganharam perto de 10% neste ano.

A Boeing trabalhou no ano passado para criar um fluxo estável de jatos de uma fábrica em Renton, Washington, em um ritmo mensal de 31 jatos. Fazer isso não foi fácil.

O fabricante lutou contra a escassez de motores, equipamentos de cabine e trabalhou para atualizar as novas contratações após anos de interrupção causada pela pandemia de Covid e uma paralisação global do 737 Max por razões de segurança.

Espera-se que a fabricante de aviões com sede em Arlington, Virgínia, relate um aumento nas entregas do primeiro trimestre na próxima semana, quando divulgar as entregas de março, um sinal do progresso que a Boeing está fazendo para estabilizar o trabalho em suas fábricas.

A Boeing entregou cerca de 53 aviões Max no mês passado e um total de 130 jatos no primeiro trimestre, de acordo com uma previsão da analista da Jefferies LLC Sheila Kahyaoglu.

O aumento da produção depende de os fornecedores da empresa continuarem a fazer progressos para suavizar as falhas em suas próprias fábricas, e o tempo pode atrasar, disse uma das pessoas.

Executivos da Spirit AeroSystems, que fabrica a estrutura de alumínio para os jatos de fuselagem estreita, disseram em fevereiro que planejam aumentar a produção de peças para o 737 para um ritmo mensal de 38 jatos até agosto e de 42 jatos até outubro, sob um cronograma estabelecido com a Boeing.

Outros fornecedores seguem cronogramas diferentes, com base no estoque que já forneceram à Boeing, disse Cliff Collier, diretor da Charles Edwards Management Consulting. O progresso também pode ser interrompido devido à pressão existente sobre os fabricantes aeroespaciais.

Veja mais em Bloomberg.com

Leia também

O fim do carro popular e o plano do setor com o governo Lula para revivê-lo

Boeing pagará bônus de US$ 5,3 milhões para CEO ficar mais tempo no cargo