Por que o Goldman Sachs espera a maior queda dos lucros nos EUA desde a pandemia

Lucro por ação do S&P 500 pode ter uma queda de 7% no primeiro trimestre de 2023, avaliam estrategistas do banco de investimentos

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Bloomberg — A próxima temporada de balanços nos Estados Unidos deve ser a mais negativa desde a pandemia, de acordo com estrategistas do Goldman Sachs.

Expectativas de consenso de analistas apontam queda de 7% no lucro por ação do S&P 500 no primeiro trimestre de 2023 em relação ao ano anterior, o que seria o declínio mais forte desde o terceiro trimestre de 2020 e um nível mais baixo no ciclo de lucros, escreveram estrategistas como Lily Calcagnini e David Kostin em nota. “Se as projeções dos analistas se concretizarem, este trimestre representará uma mínima no crescimento dos lucros do S&P 500.”

Uma profunda retração nas margens deve se sobrepor à expansão moderada das vendas no primeiro trimestre. Apenas três setores - energia, industrial e consumo discricionário – tendem a apresentar margens melhores. Na maioria dos outros setores, as vendas devem encolher mais de 200 pontos-base, disseram.

Em fevereiro, Kostin - estrategista-chefe de renda variável do Goldman nos EUA - disse que ações europeias e asiáticas são melhores opções este ano para investidores do que papéis de companhias dos EUA, devido à expectativa de queda dos lucros corporativos em 2023. Até agora, a Europa supera ligeiramente os EUA, enquanto a Ásia tem ficado para trás.

Esta temporada de balanços terá um significado extra à medida que traders analisam declarações em busca de sinais de desaceleração econômica, enquanto avaliam como as empresas navegaram contra os obstáculos de juros mais altos, estresse do sistema bancário e desaceleração da demanda. A temporada começa oficialmente em 14 de abril, quando grandes bancos americanos, incluindo o JPMorgan Chase e o Citigroup, divulgam resultados.

Investidores terão quatro tópicos principais em mente durante a temporada, de acordo com os estrategistas do Goldman: cenário para as margens, referências à inteligência artificial, evidências de menor uso de dinheiro e sinais de expansão com a reabertura da China.

Além disso, é mais provável que os lucros de companhias menores sejam afetados pela turbulência do setor financeiro do que empresas maiores, uma vez que são mais sensíveis economicamente e têm maior exposição a bancos regionais. E, embora os lucros do setor bancário devam aumentar 11% em relação ao ano anterior, “a incerteza é elevada e os investidores estarão focados no caminho a seguir”.

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