Bloomberg — A Volkswagen acredita que os incentivos para veículos elétricos implementados pela Lei de Redução da Inflação do presidente Joe Biden ajudarão a empresa a mais do que dobrar sua participação no mercado dos Estados Unidos.
A montadora alemã planeja vender 25 modelos de veículos elétricos nos EUA até 2030, todos os quais devem se qualificar para o máximo de US$ 7.500 em créditos fiscais fornecidos pela política de Biden, disse Pablo Di Si, CEO do Volkswagen Group of America, responsável por EUA, México e Canadá.
Essa ampla disponibilidade ajudará a montadora a atrair mais clientes, já que a empresa pretende responder por 10% do mercado automotivo dos EUA até 2030, em comparação com cerca de 4% hoje, disse o executivo argentino, que comandou a Volks para o Brasil e a América Latina de 2017 a 2022.
“Temos uma grande oportunidade nos Estados Unidos”, disse Di Si em entrevista à Bloomberg Television. “Eu acredito que este é o momento certo e o lugar certo.”
Há muito tempo uma montadora também administrada nos Estados Unidos, a VW quer que seu grupo de marcas, como Audi e Porsche, alcance 10% de participação nos EUA até 2030. A meta é 5% de participação no mesmo período para sua marca homônima, que tem 1,8% hoje.
A empresa planeja gastar US$ 7 bilhões no país para aumentar a produção de seus veículos elétricos. Ela começou a montar o SUV elétrico ID.4 nos EUA no ano passado, enquanto a produção da van elétrica ID.Buzz está programada para começar em 2024. A empresa também está planejando a produção nos EUA de um SUV elétrico de médio e grande porte nos próximos muitos anos.
Di Si disse que a Volkswagen será capaz de capitalizar o crescimento das vendas de veículos elétricos mais rapidamente do que algumas outras montadoras estabelecidas e ganhar terreno sobre a Tesla (TSLA), de Elon Musk, líder do setor. Os rivais históricos da VW também têm grandes planos de EV, mas a empresa tem uma vantagem sobre alguns deles com seu ID.4 já expandindo a produção nos EUA.
A Volkswagen of America disse que 80% dos 25 novos modelos elétricos que planeja introduzir nos Estados Unidos até o final da década serão produzidos nos EUA ou no México, inclinando seu chapéu para os incentivos estabelecidos na Lei de Redução da Inflação.
Conseguir tanta participação será difícil, disse Sam Fiorani, vice-presidente de previsão global da AutoForecast Solutions. Mesmo que a Volkswagen obtenha uma parcela enorme das vendas de veículos elétricos, atingir 10% do mercado total dependerá do aumento das vendas de veículos elétricos mais rápido do que o esperado atualmente, disse ele.
“A VW passou por vários períodos em que queria ganhar participação nos Estados Unidos”, disse Fiorani em entrevista por telefone. “A única vez que deu certo foi quando saiu o Jetta. A VW simplesmente não tem mais tantos seguidores. Será difícil sem uma grande mudança para os veículos elétricos.”
Para ter uma chance de atingir seu objetivo, a VW também está contratando designers e engenheiros para adaptar seus futuros modelos mais de acordo com os gostos americanos.
A empresa já tentou, sem sucesso, entrar nos Estados Unidos no passado, mas seus modelos ou eram caros demais para ganhar grande volume de vendas ou não tinham apelo suficiente para afastar os consumidores das marcas americanas e japonesas.
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