Bitcoin a US$ 30 mil: o que falta para o criptoativo superar a barreira

Depois de subir 72% no primeiro trimestre, criptoativo ensaia quebrar esse nível de resistência, o mesmo que sustentou o preço na trajetória de queda de 2022

Critpoativos ganharam impulso neste ano com episódios como a crise bancária
Por Akshay Chinchalkar - Isabelle Lee
06 de Abril, 2023 | 03:28 PM

Bloomberg — O rali do Bitcoin em 2023 o colocou à beira de atingir a marca de US$ 30.000 pela primeira vez desde junho do ano passado, mas esse tem se mostrado ser um nível difícil de quebrar. As tendências sazonais, no entanto, podem ajudar a dar o “empurrãozinho” necessário.

A maior criptomoeda do mundo em valor de mercado estava sendo negociada em torno de US$ 28.100 perto das 13h de Nova York (14h de Brasília), cerca de 15% acima de uma linha de tendência importante, seu preço médio nos últimos 30 dias.

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A criptomoeda paira perto dessa área de resistência desde março, depois de subir 72% nos primeiros três meses do ano para fechar seu melhor trimestre em dois anos.

Apesar do rali de dois dígitos, o Bitcoin não recuperou metade de seu valor desde seu pico recorde de quase US$ 69.000 em novembro de 2021. Enquanto a zona de US$ 29.000 a US$ 30.000 serviu de suporte várias vezes no passado, quando o Bitcoin estava sendo negociado acima desse nível, o intervalo agora está atuando como uma espécie de barreira ascendente.

O padrão de resistência - conhecido na análise técnica como padrão de velas “spinning-top” - representa indecisão ou um impasse entre um mercado bullish ou bearish.

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Múltiplas narrativas ajudaram a alimentar a alta do Bitcoin no primeiro trimestre - incluindo como ele deve atuar como um hedge contra a inflação e como a moeda deve contornar as vulnerabilidades encontradas nos sistemas bancários tradicionais, algo evidenciado pela quebra do SVB.

Fundamentalmente, porém, pouco mudou no mundo dos ativos digitais. Acrescente a isso o fato de que a liquidez do mercado cripto e os volumes de negociação diminuíram, pois os investidores que haviam entrado nesse mercado durante a pandemia e na onda de forte valorização ficaram de lado após os escândalos e implosões ao longo de 2022, incluindo o da FTX em novembro.

“Depois de uma recuperação impressionante em março, agora estamos vendo um período de consolidação logo abaixo dos US$ 30.000. Os ‘touros’ estão parando para respirar antes do próximo ataque a essa barreira de resistência-chave”, disse Fiona Cincotta, analista sênior de mercados financeiros do City Index. Ainda assim, disse ela, uma quebra acima de US$ 30.000 ainda “parece provável”.

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Talvez a sazonalidade ajude.

Abril costuma ser um período sólido para o Bitcoin, classificado como o segundo melhor mês atrás de outubro, de acordo com dados compilados pelo Bespoke Investment Group. Nos últimos cinco anos, o Bitcoin registrou um ganho médio de 15,63% em abril, mostram dados da Bespoke. Para o Ethereum, o segundo maior ativo digital, abril foi o mês mais forte desde 2018, com um ganho médio de 33%.

De certa forma, o Bitcoin pode ser vítima de seu próprio sucesso. Após movimentos bruscos recentes de uma forma ou de outra, como a alta em março, o Bitcoin tende a ser negociado em uma mesma faixa por algum tempo, disse Matt Maley, estrategista-chefe de mercado da Miller Tabak + Co.

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“Depois de fazer esse movimento, os investidores ficam nervosos com o movimento e, em seguida, a criptomoeda cai em uma faixa lateral por um tempo”, disse Maley. “Esta é a sexta vez que isso acontece desde o ano passado.”

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