Empresas dos EUA criam menos empregos do que o previsto, mostram dados do ADP

As folhas de pagamento privadas aumentaram 145.000 no mês passado, abaixo de todas as estimativas em uma pesquisa da Bloomberg com economistas

Dados de emprego são acompanhados de perto enquanto investidores monitoram política monetária
Por Augusta Saraiva
05 de Abril, 2023 | 09:55 AM

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Bloomberg — As empresas dos Estados Unidos criaram menos empregos em março do que o previsto, enquanto o crescimento dos salários desacelerou, ressaltando alguns sinais de arrefecimento na demanda por mão de obra.

As folhas de pagamento privadas aumentaram 145.000 no mês passado, após um aumento revisado para cima de 261.000 em fevereiro, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (5) pelo ADP Research Institute em colaboração com o Stanford Digital Economy Lab. O número ficou abaixo de todas as estimativas em uma pesquisa da Bloomberg com economistas.

As contratações aumentaram mais em lazer e hotelaria; comércio, transporte e utilidades; e construção. Empresas de manufatura, atividades financeiras e serviços profissionais e empresariais cortaram suas folhas de pagamento.

A região Sul foi a única a registrar perda de empregos, assim como algumas empresas de médio porte.

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O relatório sugere que um ano de aumentos nas taxas de juros pelo Federal Reserve pode estar começando a pesar no mercado de trabalho. Enquanto isso, as demissões que começaram em grandes empresas de tecnologia agora estão se espalhando para outros setores.

A recente turbulência no setor bancário também pode afetar as contratações se as condições de crédito mais apertadas levarem as empresas a interromper os planos de expansão. Empresas menores já estão tendo problemas para competir por talentos em meio a pressões salariais e custos de empréstimos mais altos.

“Nossos dados de folha de pagamento de março são um dos vários sinais de que a economia está desacelerando”, disse Nela Richardson, economista-chefe da ADP, em comunicado. “Os empregadores estão se recuperando de um ano de fortes contratações e o crescimento salarial, após um platô de três meses, está diminuindo.”

Há outros sinais de que a demanda por trabalhadores está diminuindo, mas continua elevada. As vagas de emprego caíram em fevereiro para o nível mais baixo desde maio de 2021, segundo dados divulgados na terça-feira (4). Várias medidas de crescimento salarial também esfriaram.

Os dados da ADP, que analisam as folhas de pagamento de mais de 25 milhões de funcionários nos Estados Unidos, mostraram uma tendência semelhante. Os trabalhadores que permaneceram em seus empregos tiveram um aumento salarial de 6,9% em março em relação ao ano anterior, o menor em mais de um ano.

Para aqueles que mudaram de emprego, o aumento médio do salário anual caiu para 14,2%, também o menor desde janeiro de 2022.

A expectativa é de que os dados de emprego (payroll) divulgados na sexta-feira (7) mostrem que os empregadores criaram cerca de 250 mil empregos no mês passado e que a taxa de desemprego mostre uma manutenção em um nível historicamente baixo.

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-- Com a colaboração de Jordan Yadoo, Reade Pickert e Vince Golle.

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