Brasília em off: Como o BNDES reagiu ao recado do Banco Central na ata do Copom

Banco de desenvolvimento organizou seminário recente com economistas que são críticos ao aperto monetário conduzido para combater a inflação

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Bloomberg — O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) enxergou o suposto recado dado pelo Banco Central na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária como uma resposta às críticas ao alto patamar da taxa de juros feitas em seminário organizado pelo banco de desenvolvimento na semana passada.

O BNDES reuniu, no dia 20 de março, vários economistas — incluindo seu ex-presidente André Lara Resende e o prêmio Nobel de economia Joseph Stiglitz — em um evento em que a política monetária foi o maior alvo. Isso gerou incômodo no Banco Central, afirmou uma pessoa com conhecimento do assunto ouvida pela Bloomberg News.

Na ata, o Copom deu um recado ao BNDES afirmando que políticas parafiscais expansionistas podem provocar uma elevação da taxa de juros neutra, aquela capaz de manter a inflação estável, e reduzir a potência da política monetária.

Entre os planos do banco de desenvolvimento está a criação de taxas de juros diferenciadas dependendo do perfil do tomador e uma ampliação do volume de empréstimos da instituição.

A mensagem do Banco Central não deve alterar a política do BNDES, que tem as bênçãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a estratégia, segundo a pessoa.

Coadjuvante

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, foi apresentada como convidada para o evento de anúncio do novo arcabouço fiscal no Ministério da Fazenda.

Segundo integrantes da ala política do governo, esse fato reforça o papel secundário que Tebet teve na construção do novo arcabouço fiscal e que tem tido na condução da política econômica.

Há quem avalie que ela errou ao ter optado por ir para o Planejamento, quando poderia ter tido mais protagonismo numa pasta como a Agricultura, por exemplo.

Nomes para o Banco Central

Integrantes do Palácio do Planalto consideraram um equívoco que nomes de candidatos a diretores do Banco Central tenham sido apresentados em reuniões internas da qual participaram mais pessoas além do presidente Lula.

Havia risco de vazamento num momento em que uma crise entre Câmara e Senado a respeito de medidas provisórias está atrasando a agenda.

Foi justamente o que aconteceu com o nome de Rodolfo Fróes, um dos indicados pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Houve reação do PT, que identifica Fróes como apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro e como um nome próximo do bilionário Jorge Paulo Lemann, a quem o presidente Lula tem feito críticas.

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