Bloomberg — Os depósitos em bancos dos Estados Unidos caíram acentuadamente e os empréstimos diminuíram no maior ritmo em quase dois anos em meio à turbulência financeira desencadeada pelo colapso de vários bancos em março.
Os depósitos em bancos comerciais caíram US$ 125,7 bilhões na semana encerrada em 22 de março, marcando o nono período consecutivo de quedas, segundo dados divulgados na sexta-feira pelo Federal Reserve. Em bancos credenciados no mercado interno, os depósitos caíram US$ 84 bilhões, refletindo uma queda nas 25 maiores instituições. Os depósitos em pequenos bancos aumentaram.
Os empréstimos gerais caíram US$ 20,4 bilhões, a maior retração desde junho de 2021 e devido a um declínio nos empréstimos comerciais e industriais. Os empréstimos imobiliários residenciais e comerciais, bem como os empréstimos ao consumidor, aumentaram em relação à semana anterior.
Por tamanho do banco, os empréstimos caíram em bancos maiores e aumentaram em empresas menores.
O relatório, conhecido como H.8, inclui as duas primeiras semanas após o fechamento do Silicon Valley Bank (SVB). Ainda levará tempo para avaliar o impacto total da turbulência financeira que ocorreu em seguida e saída de depósitos de bancos de médio e pequeno porte.
Os números mostraram que os bancos reduziram seus empréstimos de duas linhas de crédito do Fed na semana mais recente, um sinal de que a demanda por liquidez pode estar se estabilizando.
Os 25 maiores bancos domésticos respondem por cerca de três quintos dos empréstimos, embora em algumas áreas-chave – incluindo imóveis comerciais – os bancos menores sejam os fornecedores de crédito mais importantes.
O que a Bloomberg Economics diz:
“Outra semana de grandes saídas do sistema bancário provavelmente reflete a preferência por fundos do mercado monetário de maior rendimento, não o medo de que os bancos regionais possam falir. A fragilidade no sistema bancário parece contida – com a dependência das linhas de crédito do Fed diminuindo entre 22 e 29 de março – mas continuamos esperando que as condições de crédito se tornem mais rígidas daqui para frente”.
- Stuart Paul, economista
As condições de empréstimo já estavam ficando mais rígidas antes da crise bancária, após um ano de aumento das taxas de juros pelo Fed, e os economistas antecipam que o acesso ao crédito ficará ainda mais difícil para empresas e famílias.
As autoridades americanas responderam às quebras dos bancos em poucos dias para fortalecer a confiança no sistema financeiro, oferecendo apoio adicional para os bancos que precisam de liquidez.
Antes dessa injeção de apoio financeiro, os ativos de alta liquidez mantidos pelos bancos – como uma parcela de seus ativos totais – haviam caído para os níveis mais baixos em três anos.
O relatório do Fed sobre ativos e passivos de bancos comerciais inclui detalhamentos de crédito por destino – como empréstimos ao consumidor, imobiliários e comerciais – bem como categorias com base no tamanho do banco.
-- Com colaboração de Reade Pickert.
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