Itália suspende acesso ao ChatGPT e abre investigação sobre coleta de dados

Governo cita falta de base legal para agrupar e armazenar informações de usuários e pode multar a OpenAI em até 4% de sua receita anual; empresa não quis comentar

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Bloomberg — Os reguladores de privacidade da Itália disseram nesta sexta-feira (31) que lançaram uma investigação sobre a OpenAI e sua ferramenta ChatGPT e técnicas usadas para coletar dados pessoais dos usuários.

A autoridade de proteção de dados do país citou em comunicado a falta de base legal para justificar o agrupamento e armazenamento de dados do usuário para treinar os algoritmos usados no ChatGPT.

O agente regulador suspendeu temporariamente a coleta de dados na plataforma, que os usuários italianos não podem acessar no momento. Ele também notou sua preocupação com o que apontou como falta de filtros para garantir que os usuários tenham mais de 13 anos.

O órgão de vigilância com sede em Roma deu à OpenAI 20 dias para responder e, após esse período, pode aplicar uma multa de até € 20 milhões (US$ 22 milhões) ou até 4% de sua receita anual.

A ferramenta popular da OpenAI, o ChatGPT, gerou entusiasmo e controvérsia nos últimos meses. Um proeminente grupo de ética tecnológica dos EUA apresentou uma queixa na quinta-feira (30) à Comissão Federal de Comércio dos EUA, instando o regulador a interromper a implantação comercial de novas gerações de tecnologia de inteligência artificial que alimenta o ChatGPT.

A OpenAI, com sede em São Francisco, tem como um dos principais investidores a Microsoft (MSFT), que, juntamente com o Google da Alphabet (GOOG), usa inteligência artificial para aprimorar seus produtos.

Um representante da Microsoft não estava imediatamente disponível para comentar.

- Com a colaboração de Daniele Lepido.

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