Economistas elevam para 65% a chance de recessão nos EUA com crise bancária e Fed

Levantamento da Bloomberg aponta ainda para apostas de outro aumento de 0,25 pp nos juros dos EUA em maio, para uma faixa de 5% a 5,25%

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Bloomberg — As chances de a economia americana cair em recessão são maiores agora do que há um mês, após mais um aumento de juros do Federal Reserve e riscos crescentes de condições de crédito mais apertadas após várias quebras de bancos.

A probabilidade de uma contração da atividade econômica nos Estados Unidos nos próximos 12 meses é de 65%, ante 60% em fevereiro, de acordo com o último levantamento mensal da Bloomberg junto a economistas. A pesquisa foi realizada de 20 a 27 de março, após vários fechamentos de bancos nos EUA, e contou com a reposta de 48 economistas.

Depois que o Fed elevou juros em 0,25 ponto percentual na semana passada, para o nível mais alto desde 2007, os economistas se preocupam não apenas com o impacto sobre a demanda, mas também com o efeito sobre o sistema bancário.

O colapso do Silicon Valley Bank foi precipitado por taxas de juros mais altas, que puxaram para baixo o valor dos títulos do Tesouro americano na carteira do banco.

As instituições financeiras correm o risco de se tornarem mais reservadas na concessão de empréstimo, restringindo o acesso ao capital necessário para as empresas se expandirem e os consumidores comprarem casas, carros e outros bens de valor elevado.

“Mesmo que o problema pareça ter sido contido até agora, o impacto total dos eventos recentes ainda vai se desdobrar”, disse James Knightley, economista-chefe internacional do ING.

“Custos de financiamento mais altos e acesso reduzido ao crédito, resultantes da turbulência bancária, representam uma chance maior de um pouso forçado para a economia dos EUA.”

Os economistas sondados pela Bloomberg mantiveram suas expectativas de outro aumento de 0,25 ponto percentual na taxa de referência do Fed, para uma faixa de 5% a 5,25% na reunião de maio, e esperam que ela fique neste patamar pelo resto do ano, enquanto o banco central americano tenta conter a inflação.

Ao mesmo tempo, os analistas também aumentaram suas projeções para o índice de preços preferido do Fed, o deflator das despesas com consumo pessoal (PCE).

Eles esperam que a média anual do indicador fique em 3,9% este ano, acima da projeção do mês passado de 3,4% e quase o dobro da meta do Fed.

A estimativa para o PIB é de crescimento médio de 1% tanto em 2023 quanto em 2024.

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