Bloomberg — A BlackRock (BLK), maior gestora do mundo em ativos, acredita que o Federal Reserve não será desencorajado pela recente turbulência do mercado causada pela crise bancária, e vai avançar com seu plano de aumentar as taxas de juros.
Embora alguns traders estejam apostando contra tal movimento, a BlackRock defende que o Federal Reserve se manterá fiel à sua estratégia de aperto monetário em curso.
A maior gestora de ativos do mundo está apostando em títulos atrelados à inflação, que oferecem proteção contra o aumento dos preços.
Enquanto a maioria dos investidores espera que o Fed suspenda o aperto monetário ou corte as taxas diante do impacto da crise bancária e para evitar uma recessão, a gestora acredita que desta vez é diferente, pois o Fed e seus pares deixaram claro que os problemas que assolam o setor não vão deter sua batalha contra a espiral inflacionária. É o que diz um relatório assinado pelo time de análise liderado por Wei Li.
O prêmio dos bônus dos títulos americanos de dois anos - um dos mais sensíveis às mudanças na política monetária do banco central americano - parecia se recuperar depois de seus valores nominais terem tocado os níveis mais baixos deste ano.
Embora os investidores tenham reavaliado a possibilidade de um aumento de 0,25 ponto percentual do Fed em maio, eles também estão apostando que os mercados ainda não estão completamente fora de perigo, e que poderia levar a cerca de 0,65 ponto de flexibilização até o final do ano.
Os rendimentos do Tesouro de dois anos subiram 5 pontos base para 4,05% nesta terça-feira (28). Nos governos da da zona do euro, o rendimento do título alemão de dois anos estava em 2,64%.
Os últimos dados econômicos dão credibilidade à opinião da BlackRock de que o Fed pode estar “subestimando o quão teimosa a inflação está se provando devido ao aperto do mercado de trabalho”. Os preços ao consumidor subiram em fevereiro, enquanto o Fed de Nova York acredita que a inflação será sustentada por mais tempo do que o esperado.
“Acreditamos que o Fed só seria capaz de implementar os cortes de taxas esperados pelos mercados se uma crise de crédito mais grave ocorresse e desencadeasse uma recessão ainda mais profunda do que esperamos”, dizem os estrategistas da BlackRock.
-- Com a colaboração de Alice Gledhill
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