Bloomberg — O chefe do braço de cibersegurança da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês), Rob Joyce, disse que o popular aplicativo de compartilhamento de vídeo TikTok é o “Cavalo de Troia” da China e representa uma preocupação estratégica de segurança cibernética de longo prazo.
Joyce disse que é fundamental para o governo dos EUA monitorar a ByteDance Ltd, a matriz chinesa da TikTok, para evitar um incidente de segurança “daqui a cinco, 10 ou 20 anos”, em oposição a uma iminente ameaça “tática”.
Cavalo de Troia foi o grande cavalo de madeira usado pelos gregos para que eles se introduzissem na cidade fortificada de Troia e, assim, derrotassem os troianos. Na informática, um cavalo de Troia, ou Trojan, é um malware que se apresenta ao usuário como um programa aparentemente legítimo e inofensivo, mas que, quando executado, dá a um atacante acesso remoto ao computador infectado.
“Por que colocar o cavalo de Troia na fortaleza?”, questionou Joyce, ontem, na Silverado Accelerator Conference em Napa, Califórnia. “Por que você traria essa capacidade para os EUA quando os chineses poderiam manipular os dados que vemos para incluir as coisas que eles querem apresentar à nossa população – material divisivo – ou remover as coisas que os pintam de maneira ruim, que eles não gostariam de expor ao povo americano?”.
Políticos e especialistas em segurança cibernética expressaram repetidamente a preocupação de que a matriz da TikTok tem muita informação sobre seus 150 milhões de usuários mensais nos Estados Unidos, e alegam que as medidas que o aplicativo tomou para separar os dados não são suficientes para mantê-lo longe da intromissão do governo de Pequim.
O CEO da TikTok Shou Chew enfrentou questionamentos na semana passada durante uma apresentação perante um comitê da Câmara dos EUA, no qual ele procurou proteger sua empresa de uma possível proibição ou venda forçada por preocupações de que o aplicativo pudesse levantar preocupações sobre segurança.
Durante a audiência na semana passada, Chew alegou que TikTok não representava maior risco do que gigantes de mídia social como o YouTube, do Google, e o Instagram, da Meta Platform Inc, argumentando que sua empresa criou mais salvaguardas do que qualquer um de seus concorrentes ocidentais devido a estas suspeitas de longa data.
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