Breakfast

Uma dúvida no ar: os bancos estão a salvo?

Também no Breakfast: O fundo que decidiu apostar em empresas endividadas no Brasil; A recuperação da GameStop e Como um corte da Selic afetaria a Bolsa?

23 de Março, 2023 | 07:18 AM
Tempo de leitura: 4 minutos

Bloomberg Línea — Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças. Bom dia e ótima leitura!

Os operadores estão acostumados às turbulências provocadas pelos discursos de Jerome Powell. Mas quando ele fala ao mesmo tempo em que Janet Yellen testemunha ao Congresso sobre a saúde do setor bancário, a agitação pode se tornar esmagadora.

Foi o que aconteceu na tarde de ontem, quando a segunda parte da coletiva de imprensa do presidente do Fed se sobrepôs ao comparecimento da secretária do Tesouro em um subcomitê do Senado.

É raro que duas pessoas de tal envergadura falem ao mesmo tempo, ainda mais quando transmitem mensagens que os operadores interpretam como opostas. Pouco depois de ouvir o que eles pensavam ser Powell inclinando-se para uma proteção mais ampla dos depositantes no caso de o estresse financeiro se espalhar, Yellen entrou em cena para frustrar as esperanças.Tanto Powell quanto Yellen estão tentando evitar causar mais estragos, masas mensagens conflitantes estão deixando os investidores em um estado de confusão.

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Bill Ackman, o bilionário investidor e CEO da Pershing Square, disse esperar uma aceleração no resgate de depósitos dos bancos depois que a secretária do Tesouro “recuou” sobre a garantia do governo a todos os depósitos do sistema e que o Federal Reserve elevou sua taxa de juros de referência. “Eu ficaria surpreso se as saídas de depósitos não acelerassem imediatamente”, disse Ackman.

Leia mais: Mensagens divergentes de Powell e Yellen criam estado de confusão nos mercados

Janet Yellen y Jerome Powell | Mensagens conflitantes estão deixando os investidores em um estado de confusão (Foto: Andrew Harrer/Bloomberg)

No Radar

Os mercados digerem com mais calma as mensagens simultâneas e contraditórias do Federal Reserve (Fed) e do Tesouro. Os investidores ponderam sobre o cenário de crise bancária e seu efeito deflacionário, ao mesmo tempo em que avaliam as chances de uma política monetária mais suave nos Estados Unidos após o aumento dos juros ontem.

🎡 Gangorra. A sinalização de Jerome Powell, presidente do Fed, de que o aperto continua sem perspetiva de cortes e, ao mesmo tempo, o aviso de Janet Yellen, secretária do Tesouro dos EUA, de que não está em estudo aumento de garantias de depósitos geraram uma gangorra nos mercados.

📈 BoE é o próximo. Hoje é a vez de o Banco da Inglaterra (BoE) reagir à aceleração inesperada da inflação no Reino Unido e a perspectiva é de que haja um aumento de 0,25 ponto porcentual, apesar do cenário recessivo e dos riscos da crise bancária. Na Suíça, o banco central elevou o juro em 0,50 ponto porcentual, para 1,5%, e sinalizou mais altas, embora o Credit Suisse, segundo maior banco do país, tenha sido o epicentro da recente turbulência.

🚘 Descontos ofensivos. A estratégia da Tesla de reduzir preços de seus carros elétricos para acelerar as vendas está gerando reações no mercado chinês. Os descontos de até 14% ameaçam levar algumas montadoras à falência e a Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis pediu hoje o fim da guerra de preços.

✈️ Vitória da Boeing. A Boeing conseguiu fechar um pedido no valor de US$1 bilhão para fornecer 21 aeronaves 737 Max para a Japan Airlines até 2026. Trata-se de uma vitória contra a concorrente Airbus na disputa para substituir a frota mais antiga da companhia, conforme antecipou a Bloomberg no início deste mês.

Mais detalhes na seção de Mercados

Os mercados nesta manhã

🟢 As bolsas ontem (21/03): Dow Jones Industrials (-1,63%), S&P 500 (-1,65%), Nasdaq Composite (-1,60%), Stoxx 600 (+0,15%), Ibovespa (-0,77%)

As bolsas norte-americanas reagiram ao aumento dos juros nos EUA e ao aviso do presidente do Fed, Jerome Powell, de que novas altas estão no horizonte, apesar da crise bancária. Simultaneamente, a Secretária do Tesouro Janet Yellen avisou que o governo não está considerando fornecer seguro de depósitos para o sistema, levando à queda as ações do setor bancário.

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Agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

• EUA: Projeção das Taxas de Juros/1T, Índice de Atividade-Fed Chicago, Vendas de Casas Novas/Fev, Licenças de Construção

• Europa: Zona do Euro (Confiança do Consumidor/Mar); Reino Unido (Confiança do Consumidor-GFK/Mar)

• Ásia: Japão (PMI Industrial, IPC/Fev)

• América Latina: Brasil (Receita Tributária Federal/Fev); México (IPC/Mar); Argentina (Vendas no Varejo/Jan)

• Bancos Centrais: Decisão de Política Monetária do BoE, Discursos de Discurso de Catherine L Mann (BoE) e Philip Lane (BCE)

• Balanços: Accenture, General Mills, Sabesp, Aguas Andinas

🗓️ Os eventos de destaque na semana →

Destaques da Bloomberg Línea:

Copom mantém Selic e cita incertezas acima do usual, incluindo arcabouço fiscal

Este fundo estrangeiro decidiu investir em ativos de empresas endividadas do Brasil

Ensino em crise? Afya mira novas aquisições e prevê crescimento orgânico de 20%

E mais na versão e-mail do Breakfast:

• Também é importante: Como um corte da Selic em 2023 pode afetar a Bolsa, segundo gestores de fundos | Divulgação de nomes para diretorias do Banco Central gera desconforto no governo | Hindenburg, que fez minguar o valor do Adani Group, promete outro “grande relatório”

• Opinião Bloomberg: É possível para o Fed combater a inflação e o contágio da crise bancária

• Pra não ficar de fora: Meme stocks de volta? GameStop chega a disparar 50% após lucro inesperado

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