Bloomberg — A Pacific Investment Management e a Invesco estão entre os maiores detentores dos chamados títulos Adicionais de Nível 1 do Credit Suisse (CS), que viraram pó após a aquisição do banco pelo UBS Group (UBS).
A gestora de ativos Pimco, com sede em Newport Beach, Califórnia, é a maior detentora dos títulos AT1 do credor suíço, com cerca de US$ 807 milhões em títulos – os mais arriscados na pilha de dívidas do banco – de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto que não está autorizada a falar publicamente.
As notas do Credit Suisse devem cair para zero e foram cotadas a preços de alguns centavos de dólar na segunda-feira (20).
Por causa do apoio extraordinário do governo, a aquisição deve desencadear uma redução total de US$ 17,3 bilhões dos títulos AT1 do banco, a fim de aumentar o capital principal.
A Pimco também detém quase US$ 3 bilhões em títulos bancários seniores do Credit Suisse, alguns dos quais subiram cerca de 25 centavos de dólar na segunda em comparação com os níveis de sexta-feira (17), disse a pessoa. Isso pode ter compensado algumas das perdas de sua exposição ao AT1.
Em outros lugares, a Invesco detém cerca de US$ 370 milhões em dívida AT1 do Credit Suisse, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
A exposição AT1 da BlackRock (BLK) no final de fevereiro era de cerca de US$ 113 milhões, segundo dados compilados pela Bloomberg. A BlackRock reduziu algumas de suas participações nas últimas semanas, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto.
Representantes da Pimco e da BlackRock se recusaram a comentar, enquanto a Invesco não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários.
Os títulos AT1 são um legado da crise da dívida europeia e são a dívida bancária de classificação mais baixa, oferecendo retornos atraentes em tempos bons, mas levando o primeiro golpe quando um banco enfrenta problemas.
Alguns detentores de títulos AT1 do banco estão se preparando para adiar a decisão do regulador de cancelar a dívida.
Operadores do Goldman Sachs (GS) estão se preparando para fazer ofertas em reivindicações contra o Credit Suisse que podem fazer com que os investidores recuperem algum valor, possivelmente por meio de litígios, disseram pessoas com conhecimento do assunto.
-- Com a colaboração de Tasos Vossos
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