Credit Suisse estuda 9.000 demissões e número pode subir com venda ao UBS

Dois maiores bancos da Suíça possuem juntos quase 125 mil pessoas, das quais 37 mil em operações locais; haveria sobreposições maiores no país e na Ásia

Credit Suisse estuda novas demissões em plano de reestruturação, segundo fontes
Por Marion Halftermeyer - Myriam Balezou
19 de Março, 2023 | 01:07 PM
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Bloomberg — Mesmo antes de o Credit Suisse (CS) ser forçado a negociar uma possível venda para o UBS (UBS) neste fim de semana, o banco estava em processo de cortar 9.000 empregos em novo esforço para se salvar.

E isso será apenas o começo caso a empresa seja forçada, de fato, a aceitar uma aquisição pelo rival UBS, de acordo com pessoas familiarizadas com as discussões, com uma delas estimando que o preço final pode ser um múltiplo desse número.

Juntos, os dois bancos empregavam quase 125.000 pessoas no final do ano passado, cerca de 30% delas na Suíça. As negociações mediadas pelo governo para conter a crise de confiança que tomou conta do Credit Suisse atingiram um obstáculo no início do domingo, com a empresa recuando diante de oferta do UBS de comprá-lo por cerca de US$ 1 bilhão, disseram pessoas familiarizadas com o assunto.

Se um acordo for alcançado, um cenário provável envolveria a compra do Credit Suisse pelo UBS para obter suas unidades de gestão de patrimônio e ativos, enquanto possivelmente abriria mão de outras, informou a Bloomberg News. A Suíça, onde estão baseados cerca de 37.000 funcionários das duas empresas, pode sofrer cortes acentuados nas operações do Credit Suisse, com sede em Zurique.

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Também há conversas sobre o destino do lucrativo banco completo do Credit Suisse no país, que provavelmente é atraente para o UBS, mas pode deixar o setor bancário doméstico muito concentrado. O UBS pode tentar manter os negócios de private banking da unidade suíça, que responde por cerca de metade dos ativos supervisionados para clientes ricos no Credit Suisse.

Na Ásia, onde as duas firmas estão entre as maiores administradoras de patrimônio, o negócio traz o risco de que os clientes que atualmente têm dinheiro com ambas as firmas transfiram parte dele para um concorrente para evitar uma exposição excessiva a uma única firma. As notícias estimavam que vários milhares de empregos poderiam ser cortados em um acordo.

As negociações também levantaram questões sobre as operações de banco de investimento que o Credit Suisse planejava desenvolver sob a famosa marca First Boston. O credor já estava em processo de redução das operações de trading e vendeu seu grupo de produtos securitizados.

O CEO do Credit Suisse, Ulrich Koerner, disse na terça-feira (14) que o banco já havia cortado cerca de 8% do quadro de funcionários.

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