Controladora do SVB pede recuperação judicial nos EUA após quebra de banco

SVB Financial Group, empresa que era dona do banco antes de ele ser assumido e resgatado por reguladores, listou dívida de US$ 10 bilhões com credores

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Bloomberg — A controladora do Silicon Valley Bank (SVB) entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos depois que a preocupação se espalhou entre sua base de clientes de startups de tecnologia, levando os reguladores a confiscar a unidade bancária da empresa.

O SVB Financial Group listou ativos e passivos de até US$ 10 bilhões cada em uma abertura de pedido de recuperação judicial (conhecida como Capítulo 11) apresentada em Nova York.

Como o Silicon Valley Bank é um banco comercial credenciado pela Califórnia e parte do sistema do Federal Reserve, ele, em si, não é elegível para recuperação judicial e, em vez disso, foi parar na liquidação da Federal Deposit Insurance Corp (FDIC). Sua controladora, no entanto, é elegível a fim de proteger seus ativos remanescentes e trabalhar para pagar os credores, incluindo detentores de títulos.

A corretora SVB Securities e o braço de capital de risco SVB Capital não estão incluídos no processo, de acordo com um comunicado.

O SVB, com sede em Santa Clara, Califórnia, é o maior banco a quebrar em mais de uma década, com cerca de US$ 209 bilhões em ativos totais no final do ano passado, informou o FDIC. É também o segundo maior banco a cair sob a administração da agência, atrás apenas do Washington Mutual, que entrou em colapso em 2008.

A preocupação no mercado de tecnologia aumentou em março, depois que o Founders Fund, de Peter Thiel, e outras grandes empresas de capital de risco aconselharam suas empresas de portfólio a sacar dinheiro do banco. Esse conselho veio um dia depois que a controladora do banco anunciou que tentaria levantar mais de US$ 2 bilhões após uma perda significativa em seu portfólio.

O Silicon Valley Bank foi fundado em 1983 durante um jogo de pôquer entre Bill Biggerstaff e Robert Medearis, de acordo com um comunicado do 20º aniversário do banco. Desde o início, a empresa se especializou na prestação de serviços financeiros para startups de tecnologia.

A controladora, agora em recuperação judicial, detinha cerca de US$ 2,3 bilhões em caixa, US$ 500 milhões em títulos de investimento e US$ 475 milhões em outros ativos em 31 de dezembro, de acordo com registros regulatórios. Na época, ela tinha cerca de US$ 3,4 bilhões em dívidas de longo prazo.

O caso é SVB Financial Group, 23-10367, Tribunal de Falências dos EUA para o Distrito Sul de Nova York.

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