EUA negociam resgate de US$ 30 bi do First Republic Bank junto de grandes bancos

Ação do First Republic Bank chegou a cair quase 37% nesta quinta-feira, mas passou a operar em alta após a notícia de um possível resgate da instituição

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Bloomberg — Os maiores bancos do país estão perto de chegar a um acordo com um plano para depositar cerca de US$ 30 bilhões no First Republic Bank (FRC), um dos bancos regionais americanos que têm preocupado os mercados, em um esforço liderado pelo governo dos Estados Unidos para dar estabilidade ao banco da Califórnia, de acordo com pessoas com conhecimento do assunto, ouvidas pela Bloomberg News, depois que as ações do banco com sede na Califórnia despencaram.

Bancos como JPMorgan Chase & Co. (JPM), Citigroup Inc. (C), Bank of America Corp. (BAC) e Morgan Stanley (MS) fazem parte das discussões, disseram algumas das pessoas, pedindo para não serem identificadas porque as conversas são privadas.

Os detalhes do resgate, que ainda estão sendo elaborados, podem ser anunciados até quinta-feira, disse uma das pessoas.

Representantes dos bancos, do Federal Reserve, do Federal Deposit Insurance Corp. e do Departamento do Tesouro se recusaram a comentar ou não responderam imediatamente aos pedidos de comentários. Um porta-voz da First Republic, com sede em São Francisco, se recusou a comentar.

Ações em queda

As ações do First Republic Bank subiram na tarde desta quinta-feira (16) depois da notícia de um possível resgate da instituição. Durante toda a manhã, os papéis da empresa operaram em forte queda e chegaram a desabar quase 37% na abertura dos mercados, enquanto os executivos do banco buscavam uma saída após o colapso de várias instituições financeiras regionais nos Estados Unidos.

Por volta das 14h15 (horário de Brasília), o papel subia por volta de 14%, recuperando parte das perdas da última semana. A queda das ações do banco havia apagado mais de US$ 17 bilhões de sua capitalização de mercado neste mês. Os principais índices acionários dos Estados Unidos também subiram após a divulgação de um possível resgate do banco.

As ações do banco caíram 70% esta semana, à medida que investidores especulam se ele pode ser a próxima instituição financeira a quebrar depois da crise desencadeada pelo fechamento do Silicon Valley Bank (SVB), na semana passada.

O banco com sede em São Francisco está explorando opções estratégicas que incluem uma venda, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto ouvida pela Bloomberg News. A empresa também está avaliando opções para aumentar a liquidez, disseram algumas das pessoas.

“Normalmente, uma manchete de uma venda potencial apoiaria a ação”, escreveu Christopher McGratty, analista da Keefe, Bruyette and Woods, em um relatório. “No entanto, as saídas de depósitos potencialmente significativas após a falha do SVB provavelmente deixam a FRC em uma situação difícil.”

“Qualquer venda potencial provavelmente seria um resultado difícil para os acionistas existentes, dada a contabilidade de marcação a mercado dos empréstimos”, escreveu McGratty.

Os investidores em todo o setor bancário estão em suspense em meio à turbulência nos credores regionais dos Estados Unidos, bem como ao tumulto em torno do Credit Suisse (CS). As ações do banco suíço se recuperaram na quinta depois que ele abriu uma linha de crédito de US$ 54 bilhões com o banco central do país e se ofereceu para recomprar dívidas.

Nesta quinta, a classificação de crédito do First Republic Bank foi reduzida para “junk” (lixo) pela S&P Global Ratings e Fitch Ratings. O banco disse no domingo que sua liquidez total disponível não utilizada para financiar operações era de mais de US$ 70 bilhões, em acordos que incluíam o Federal Reserve e o JPMorgan Chase (JPM).

O First Republic é especializado em private banking e gestão de patrimônio e tentou se diferenciar do Silicon Valley Bank.

“As opções do First Republic diminuíram após a saída de depósitos, uma forte queda no preço das ações e recentes rebaixamentos das agências de classificação, enquanto uma potencial venda do banco pode se concentrar no atraente negócio de gestão de patrimônio”, Herman Chan, analista da Bloomberg Intelligence, escreveu em um relatório.

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-- Com colaboração de Katherine Doherty e informações da Bloomberg Línea. Reportagem atualizada às 14h03 para incluir a informação do valor do resgate.

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