Argentina eleva juros para 78% ao ano para combater inflação acima de 100%

Taxa sobe 3 pontos percentuais a poucos meses de seis meses das eleições presidenciais, em que Alberto Fernández busca a reeleição

Centro de Buenos Aires: Argentina tenta controlar a inflação às vésperas das eleições presidenciais (Erica Canepa/ Bloomberg)
Por Ignacio Olivera Doll
16 de Março, 2023 | 07:00 PM

Bloomberg — O banco central da Argentina elevou sua taxa de juros de referência na quinta-feira (16) pela primeira vez desde setembro passado, depois que a inflação anual superou 100% no mês passado, de acordo com um comunicado do BCRA.

O banco central aumentou a taxa de referência Leliq em 300 pontos base (3 pontos percentuais) para 78%.

O conselho da autoridade monetária considerou o aumento em resposta à aceleração da inflação e depois de deixar a taxa básica de juros Leliq inalterada por alguns meses.

Os preços ao consumidor subiram 102,5% em fevereiro em relação ao ano anterior, uma das taxas mais altas do mundo e o ritmo mais rápido na Argentina desde o final de 1991, quando a economia enfrentava uma hiperinflação de 3.000%.

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A inflação de três dígitos está agora colocando pressão adicional sobre a economia, que deve entrar em recessão neste ano antes das eleições presidenciais de outubro.

O governo chegou a um acordo em 13 de março com o Fundo Monetário Internacional (FMI) na quarta revisão de seu programa de US$ 44 bilhões. O acordo com o FMI exige que a Argentina mantenha as taxas de juros acima da inflação em termos reais.

Em sua última declaração de política monetária em 16 de fevereiro, o banco central atribuiu a inflação mais rápida a problemas sazonais e explicou que as taxas de juros ainda eram positivas em termos reais.

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