Aquisição do Credit Suisse é cenário mais provável, avaliam analistas do JPMorgan

Segundo time de análise, posição de capital não é um problema, mas a crise de confiança do mercado com sua estratégia de IB e erosão de franquias

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Por Macarena Munoz
16 de Março, 2023 | 08:28 AM
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Bloomberg — Os problemas do Credit Suisse (CS) provavelmente terminarão com a aquisição do banco suíço, de acordo com analistas do JPMorgan (JPM).

O time de análise liderado por Kian Abouhossein apresentou três cenários e disse que uma aquisição – com o rival UBS Group AG (UBS) como provável pretendente – é o mais provável.

O Credit Suisse se recusou a comentar. O UBS não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Abouhossein alertou no mês passado que a franquia do Credit Suisse estava se deteriorando mais rápido do que o esperado, e as ações caíram 25% desde então. Ele elevou a recomendação para as ações do banco de “underweight” (abaixo da média do mercado, equivalente a venda) para neutro em outubro, dizendo que o credor tem um valor mínimo de US$ 15 bilhões.

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A capitalização de mercado atual é de pouco menos de US$ 9 bilhões.

A posição de capital do Credit Suisse não é um problema, mas a “situação é sobre problemas contínuos de confiança do mercado com sua estratégia de investment banking e erosão contínua de franquias”, escreveu Abouhossein na nota de hoje. “Status quo não é mais uma opção.”

Confira abaixo os principais cenários para o Credit Suisse, segundo o JPMorgan:

  • Aquisição, provavelmente pelo UBS; possivelmente seguida por uma listagem ou cisão do banco suíço no valor de 10 bilhões de francos suíços, dada a concentração de mercado entre Credit Suisse e UBS;
  • O banco central da Suíça intervém com garantia de depósito total ou injetando capital. Isso daria ao Credit Suisse tempo para se reestruturar, mas seria altamente diluidor para os acionistas existentes;
  • Uma “abordagem de autoajuda”, com o fechamento do banco de investimento. Ainda assim, isso pode não ser suficiente para reduzir as preocupações do mercado.

Ainda assim, analistas do Bank of America (BAC) – uma das duas únicas empresas monitoradas pela Bloomberg que têm recomendação de compra para o Credit Suisse – disseram acreditar que o apoio do banco central da Suíça é uma mensagem clara de que ele continuará em sua forma atual.

Entre outras opiniões, os analistas da KBW disseram que uma separação é a solução mais provável, com mais vendas de ativos para “simplificar o banco”.

Em um memorando para a equipe nesta quinta-feira (16), o CEO do Credit Suisse, Ulrich Koerner, disse que o banco continuaria a se concentrar na transformação do credor. As ações subiram até 40% nesta quinta-feira, depois que o banco central da Suíça anunciou que irá prover até US$ 54 bilhões de liquidez ao credor.

O CEO do UBS, Ralph Hamers, recusou-se na quarta-feira (15) a responder a quaisquer perguntas “hipotéticas” sobre o Credit Suisse.

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-- Com a colaboração de Jan-Patrick Barnert.

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