Crise do varejo: Amaro faz demissões após anunciar renegociação de dívidas

Varejista online de moda, que conta com lojas físicas, disse à Bloomberg Línea que os cortes fazem parte do processo de reestruturação da companhia

Empresa faz demissões em meio à renegociação de dívidas, em tentativa de se tornar mais eficiente
15 de Março, 2023 | 11:19 AM

Bloomberg Línea — A varejista de moda Amaro realizou uma demissão nesta terça-feira (14), semanas após anunciar uma renegociação de dívidas e afirmar que estava em busca de “potenciais investidores para reforçar sua base de capital”.

Em nota enviada à Bloomberg Línea, a varejista online de moda disse que as demissões fazem parte da reestruturação da companhia. “A empresa seguirá oferecendo plano de saúde e um suporte profissional para a recolocação desses funcionários pelos próximos meses”, continua a nota.

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Segundo o LinkedIn, a empresa tinha 788 funcionários. A Amaro não abriu o número de pessoas demitidas.

No começo deste mês, a Amaro afirmou que a renegociação das dívidas tinham como objetivo o “fortalecimento da estrutura de capital em um cenário de juros altos”.

Em dezembro de 2022, a companhia projetava um aumento de 45% no faturamento em relação a 2021 — mas não revelava os valores. Segundo o CEO da Amaro, Dominique Oliver, à época, o foco da empresa era abrir novas lojas físicas e continuar “a retomada no pós-covid”.

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“Nossas categorias tiveram uma retomada de consumo bastante forte porque as pessoas voltaram a sair de casa, a se encontrar com amigos, comemorando momentos importantes, o que fez com que essa área crescesse bastante no primeiro trimestre”, afirmou em entrevista à Bloomberg Línea no ano passado.

“No segundo trimestre, vimos uma desaceleração do consumo, inclusive no online, com as pessoas focadas em experiências e em compras ao vivo, e o e-commerce diminuiu.”

A Amaro é mais uma varejista em situação financeira delicada no Brasil. Recentemente, a Marisa (AMAR3) disse que trabalha em uma reestruturação das suas dívidas. O mesmo ocorre com a Tok&Stok, de móveis. Para analistas, as medidas fazem parte de uma tentativa de renegociação com credores para que a empresa evite uma recuperação judicial.

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O caso mais emblemático é o da Americanas (AMER3), que entrou em recuperação judicial em janeiro após o anúncio de uma dívida total de R$ 47,9 bilhões, decorrentes da revelação de um rombo contábil da ordem de R$ 20 bilhões no começo do ano.

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Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.