Bloomberg Línea — As demissões realizadas pela Meta (META), holding proprietária do Facebook, desde novembro atingiram cerca de 100 pessoas da equipe no Brasil, segundo a Bloomberg Línea apurou, e afetaram em especial funcionários da área de produto. São pessoas que trabalhavam em projetos relacionados ao metaverso, uma das principais apostas da companhia.
A reorganização na operação brasileira ocorreu após a Meta demitir cerca de 13% de seu quadro de funcionários total em novembro, afetando cerca de 11 mil pessoas no mundo.
Nesta terça-feira (14), a empresa informou que fará uma segunda leva de cortes em massa. A companhia deve demitir cerca de 10 mil funcionários e fechar cerca de 5 mil vagas em aberto, disse o CEO e fundador Mark Zuckerberg, em um comunicado. A empresa afirmou que os líderes de cada país devem dar mais detalhes sobre como os cortes podem afetar as equipes internacionais.
Procurada pela Bloomberg Línea, a Meta no Brasil não quis comentar as novas demissões anunciadas nesta terça-feira e os efeitos para a operação brasileira.
Recentemente, a empresa deixou o seu escritório no edifício Infinity Tower, no bairro do Itaim Bibi, em São Paulo. Agora, a companhia mantém um escritório no edifício Birmann 32, na Faria Lima, onde a empresa já operava. O empreendimento, conhecido por abrigar a escultura de uma baleia metálica de 20 metros, é um dos imóveis comerciais mais caros e disputados no centro financeiro de São Paulo.
A empresa disse que a mudança para o Birmann 32 foi um desdobramento do que já vinha ocorrendo antes do anúncio das demissões. “O anúncio de mudança para o novo escritório foi feito no final de outubro e faz parte de um movimento global de otimização da ocupação de nossos escritórios”, afirmou em resposta à Bloomberg Línea.
Uma pessoa familiarizada com as operações da Meta no Brasil disse, em condição de anonimato porque as conversão são privadas, que boa parte dos funcionários afetados nos primeiros cortes no país já conseguiu se realocar em outras empresas, mas com salários menores do que os que a big tech pagava.
Nova leva de demissões
Sobre a nova rodada de demissões, a Meta informou que, nos próximos meses, os líderes organizacionais anunciarão planos de reestruturação focados em “achatar” as equipes, cancelar projetos de menor prioridade e reduzir taxas de contratação.
“Minha esperança é fazer essas mudanças organizacionais o mais rápido possível neste ano, para que possamos superar esse período de incerteza e nos concentrar no trabalho crítico que temos pela frente”, disse Zuckerberg.
Uma das frentes de trabalho é na inteligência artificial (IA), área que ganhou os holofotes nos últimos meses entre as grandes empresas de tecnologia com inovações como as do ChatGPT.
Zuckeberg disse que o trabalho de ferramentas de IA para desenvolvedores da Meta “está em andamento e obtendo bons resultados”.
O Google, que compete com a Meta no mercado de anúncios digitais, anunciou nesta terça-feira novos recursos de sua ferramenta de IA generativa, incluindo para desenvolvedores.
“Estamos focados no longo prazo. Isso significa investir em ferramentas que nos tornarão mais eficazes ao longo de muitos anos, não apenas neste ano - seja criando ferramentas de Inteligência Artificial para ajudar os engenheiros a escrever códigos melhores mais rapidamente, permitindo-nos automatizar cargas de trabalho ao longo do tempo ou identificando processos obsoletos que podemos remover”, disse o CEO da Meta.
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