CPI: Inflação dos EUA desacelera para 0,4% em fevereiro, mas núcleo sobe mais

Dados são os últimos de preços antes da próxima reunião do Fed na próxima semana, em que o banco central deve levar em conta também a ameaça de crise bancária

CPI de fevereiro veio em linha com o esperado pelo mercado financeiro
14 de Março, 2023 | 09:40 AM

Bloomberg Línea — O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos desacelerou para 0,4% em fevereiro, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (14) pelo Departamento do Trabalho americano.

O resultado, que recuou em relação à alta de 0,5% de janeiro, veio em linha com o esperado por economistas consultados pela Bloomberg. Em 12 meses, a inflação americana acumula alta de 6%.

Após a divulgação, os índices futuros de ações de Wall Street passaram a oscilar. O S&P 500 caía 0,15% por volta das 9h35 (horário de Brasília), enquanto o Nasdaq 100 subia 0,45%.

O núcleo da inflação, que desconsidera a variação dos preços de itens mais voláteis como energia e alimentação, registrou alta de 0,5% na base mensal e de 5,5% na comparação anual. Economistas consultados pela Bloomberg estimavam alta de 0,4% ante janeiro.

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A medida é uma das principais acompanhadas pelo Fed, uma vez que fornece indicações mais precisas sobre a variação dos preços no país. O dado representa a maior alta em cinco meses, uma aceleração que deixa o Federal Reserve em uma posição difícil enquanto tenta impedir o aumento dos preços sem ampliar a turbulência no setor bancário.

Aperto monetário

Os dados do CPI são acompanhados de perto enquanto investidores buscam sinais sobre os próximos passos da autoridade monetária no combate à inflação.

Na semana passada, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, disse que poderia acelerar o passo no aumento dos juros. O colapso do Silicon Valley Banks e de outros dois bancos dos EUA, contudo, levou a apostas de que o Fed interromperá seu ciclo de alta e até cortará o juro para estabilizar o sistema financeiro.

Os números desta terça (14) reafirmam que a busca do Fed para domar a inflação será desafiadora, já que a economia tem se mostrado resistente diante de aumentos nas taxas de juros até o momento. O desafio para o Fed agora é como priorizar a inflação que ainda é muito alta com os crescentes riscos de estabilidade financeira no desmoronamento do SVB.

O Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) se reúne na próxima semana, nos dias 21 e 22 de março, e a decisão sobre os juros deverá levar em conta também o impacto da crise bancária.

-- Em atualização

-- Com informações da Bloomberg News

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.