Reuniões não essenciais jogam fora US$ 100 mi por ano, aponta pesquisa

Levantamentos do Slack e do Future Forum constatam que quase metade das reuniões de trabalho poderia ser eliminada, segundo os próprios chefes

Uma das soluções para diminuir o número de reuniões desnecessárias é enviar a pauta antecipadamente para que os convidados avaliem a necessidade de sua presença
Por Matthew Boyle
13 de Março, 2023 | 03:31 PM

Bloomberg — Se você já não aguenta mais reuniões de trabalho sem sentido, seu chefe provavelmente pensa o mesmo.

Executivos passam em média 25 horas por semana em reuniões, quase metade delas via Zoom, com atualizações que podem desaparecer sem trazer impactos negativos. É o que mostra uma pesquisa com mais de 10 mil funcionários realizada pelo Future Forum, um consórcio de pesquisa apoiado pela Slack Technologies, da Salesforce (CRM).

O principal motivo pelo qual líderes frequentam reuniões é porque acreditaram que seria um bom uso de seu tempo. Eles também comparecem porque têm medo de perder algo importante, e para mostrar ao seu próprio gerente que estão trabalhando, conforme constatado pela pesquisa.

Para níveis mais baixos, o motivo mais comum é bem óbvio: não há escolha.

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Os resultados foram divulgados em um momento em que muitas empresas tentam avaliar quais reuniões realmente importam e quais poderiam ser eliminadas em um ambiente de trabalho cada vez mais híbrido, no qual os funcionários não estão todos no mesmo local.

O Shopify, site canadense de e-commerce, disse que deve eliminar 320 mil horas de reuniões neste ano, suspendendo todas as recorrentes com mais de duas pessoas, proibindo reuniões às quartas-feiras e limitando grandes reuniões, além de incentivar funcionários a recusarem alguns convites.

Frequentar reuniões não essenciais desperdiça cerca de US$ 100 milhões por ano em grandes empresas, segundo uma outra pesquisa, que também constatou que os funcionários só recusam 14% dos convites, embora preferissem recusar 31% deles.

A proporção de reuniões virtuais entre duas pessoas aumentou de 17%, em 2020, para 42% no ano passado, segundo constatado por um estudo de 48 milhões de reuniões pela empresa de análise de colaboração Vyopta – sinal de que as empresas estão tentando pelo menos controlar o número de participantes.

Aplicativos de agendamento de eventos no local de trabalho, como o Calendly, relatam que alguns de seus clientes estão ficando mais inteligentes quanto a marcar reuniões excessivas.

Pessoas que não possuem cargos executivos passam em média 10,6 horas por semana em reuniões, segundo uma pesquisa do Future Forum, e afirmam que 43% desses encontros são desnecessários.

As táticas comuns para reduzir a sobrecarga de reuniões incluem diminuir a lista de convidados, enviar as pautas com antecedência e certificar-se de que a reunião vai abordar diversas questões espinhosas, não apenas um resumo dos tópicos.

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“Não há uma abordagem única para eliminar reuniões desnecessárias”, disse Brian Elliott, executivo do Slack que supervisiona a pesquisa do Future Forum. “Portanto, é necessário variar e experimentar”.

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