Bloomberg — A Pfizer (PFE) está comprando a Seagen (SGEN), fabricante de medicamentos para o câncer, por um valor de US$ 43 bilhões. É o maior negócio do ano e acontece no mercado farmacêutico tradicional.
A Pfizer pagará US$ 229 por ação em dinheiro pela Seagen, de acordo com um comunicado nesta segunda-feira (13), com um prêmio de cerca de 33% sobre o preço de fechamento da ação na sexta-feira (10). A empresa espera que o acordo seja fechado no final deste ano ou no início de 2024.
As ações da Seagen subiam cerca de 16% na abertura das negociações na Nasdaq, em Nova York, nesta segunda, elevando o valor de mercado da companhia para US$ 37,3 bilhões. A Pfizer subia 2%, valendo US$ 226 bilhões. Até o fechamento de sexta, Seagen ganhou 34% neste ano.
A aquisição é de longe a maior deste ano, durante a qual as transações em geral caíram mais de 50%, de acordo com dados de fusões e aquisições compilados pela Bloomberg News.
Depois que algumas empresas que lutavam para encontrar dinheiro foram ameaçadas pelo colapso do Silicon Valley Bank (conhecido como SVB), o acordo mostra como a Big Pharma pode estender uma salvação para o mercado de M&A.
Outros acordos na área de saúde e medicina demonstraram a resiliência do setor, já que a farmacêutica francesa Sanofi concordou em comprar a Provention Bio por US$ 2,9 bilhões, e a Cinven se ofereceu para fechar o capital da Synlab AG nesta segunda. A CVS Health (CVS) concordou no mês passado em comprar a Oak Street Health por US$ 10,6 bilhões, o segundo maior negócio neste ano.
A Seagen é líder no desenvolvimento de um tipo de medicamento chamado conjugado anticorpo-droga, ou ADCs. Esses medicamentos de precisão fornecem drogas que matam o câncer e que são tão potentes que, de outra forma, poderiam ser muito tóxicas para serem usadas.
O mecanismo de entrega usa anticorpos para depositar uma forte concentração de medicamento diretamente no local do tumor, o que pode aumentar a eficácia com menos efeitos colaterais.
O portfólio da Seagen dobrará o pipeline da Pfizer de terapias experimentais contra o câncer em estágio inicial, disse a empresa.
A Pfizer está sob pressão para mostrar que pode capitalizar o lucro inesperado alcançado em cima do tratamento para a covid-19, depois que a receita de vacinas quase dobrou suas vendas em um único ano.
Embora o acordo com a Seagen seja menor do que alguns dos meganegócios da Pfizer do passado, é uma oferta para uma plataforma expandida em um campo, a oncologia, que será o mercado de maior crescimento do setor, disse o CEO Albert Bourla na segunda-feira.
“Achamos que isso realmente muda drasticamente a presença oncológica da Pfizer e a torna única”, disse Bourla em uma teleconferência com analistas. “Não estamos adquirindo os ovos de ouro, estamos comprando a galinha dos ovos de ouro.”
A aquisição encerra meses de especulação de aquisição da Seagen depois que a Merck (MRK) tentou comprar a empresa no ano passado.
As negociações com a Merck pararam por causa do preço, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto. Os pretendentes viram o potencial para uma aquisição após a renúncia do cofundador e ex-CEO da Seagen Clay Siegall, que se opôs a uma venda, disseram pessoas familiarizadas com o assunto.
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“Esse desenvolvimento adiciona um capítulo potencialmente final aos eventos do ano passado”, escreveu Gregory Renza, analista da RBC Capital Markets LLC em Nova York, em nota aos investidores. O prêmio que a Pfizer está pagando valida a plataforma ADC da Seagen, disse Renza.
A Pfizer espera financiar a compra substancialmente por meio de US$ 31 bilhões em novas dívidas de longo prazo e o saldo de uma combinação de financiamento de curto prazo e caixa existente, segundo o comunicado. Espera-se que a Seagen contribua com mais de US$ 10 bilhões em receita ajustada ao risco até 2030.
O consultor financeiro da Pfizer para a transação é a Guggenheim Securities, LLC. A Centerview Partners LLC está atuando como consultora financeira da Seagen e forneceu uma opinião imparcial ao conselho da Seagen. A MTS Health Partners também prestou assessoria financeira à Seagen.
- Com a colaboração de Dinesh Nair.
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