Criação de emprego nos EUA desacelera em fevereiro, mas fica acima do esperado

Número veio acima das 225.000 vagas esperadas por economistas consultados pela Bloomberg; menor aumento dos salários, contudo, impulsiona ações em NY

Mercado de trabalho segue pressionando a inflação nos EUA
10 de Março, 2023 | 10:47 AM

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Bloomberg Línea — Os Estados Unidos criaram mais vagas de emprego em fevereiro do que o esperado, enquanto o crescimento mensal dos salários desacelerou, oferecendo uma imagem mista sobre o próximo movimento de aperto monetário do Federal Reserve.

A criação de vagas de emprego não agrícolas foi de 311.000 nos EUA no mês passado, acima das 225.000 estimadas por economistas consultados pela Bloomberg. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (10) pelo Escritório de Estatísticas de Trabalho dos EUA. Em janeiro, o país havia criado 504.000 vagas, segundo o relatório payroll.

Já o crescimento dos salários veio abaixo do esperado, mas acima do que o reportado em janeiro. Os salários subiram 0,2% em fevereiro, ante projeção de alta de 0,3%. No período, a taxa de desemprego subiu para 3,6%, contra expectativa de 3,4%.

Os números mistos, com menor aumento dos salários, contribuíram para uma virada dos mercados futuros de ações dos EUA, que recuavam antes da divulgação do payroll. Por volta das 11h (horário de Brasília), o S&P 500 subia 0,31%, enquanto o Nasdaq 100 tinha alta de 0,61%.

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Os contratos de swap também reduziram para menos de 50% as chances de um aumento de meio ponto percentual nos juros na próxima reunião do Fomc, em 22 de março.

A avaliação é de que o Federal Reserve não precisará necessariamente acelerar seu ritmo de aumentos de juros por enquanto, o que pode aumentar as chances de um “pouso suave” da economia.

“Do ponto de vista do mercado de ações, o relatório de empregos foi misto, mas, no geral, melhor do que o temido. O número de empregos principais foi forte, mas os ganhos por hora foram contidos. Isso deve fornecer algum alívio aos mercados de ações de que taxas extremamente altas podem não acontecer”, avalia Matt Peron, diretor da área de research da Janus Henderson.

“Continuamos cautelosos com as ações no curto prazo, já que o impacto das taxas está apenas começando a aparecer na economia em geral e a inflação ainda está muito alta para o nível de conforto do Fed”, completou, em nota.

Aperto monetário

Em seu último discurso antes da reunião de política monetária do Fomc, em 22 de março, o presidente do Federal Reserve Jerome Powell afirmou que os EUA estão preparados para acelerar o ritmo de alta das taxas de juros se os dados econômicos o justificarem.

As autoridades do Fed estão tentando reduzir os dados de inflação sem desencadear uma recessão que aumente o desemprego.

A campanha agressiva de aperto monetário começou há um ano, com a taxa básica passando de 4,5% para 4,75%. Mesmo assim, a economia americana segue mostrando resiliência.

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-- Em atualização

-- Com informações da Bloomberg News

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.