Bloomberg — Os traders de commodities provavelmente tiveram uma margem bruta recorde de US$ 115,6 bilhões no ano passado em meio à volatilidade dos mercados, impulsionada pela guerra da Rússia na Ucrânia, de acordo com um novo relatório.
Se confirmado pelos números de lucro anual das negociações – muitos dos quais ainda não foram divulgados –, o movimento representaria um aumento de 61% em relação ao ano anterior, de acordo com a consultoria Oliver Wyman, responsável pelo estudo.
O choque da invasão da Rússia há pouco mais de um ano provocou uma explosão nos preços das commodities, de energia a metais e grãos.
Essa volatilidade, juntamente com sanções e restrições à exportação, criou oportunidades para traders, à medida que os mapas mundiais de abastecimento de energia e alimentos foram redesenhados.
“Empresas de trading que passaram anos desenvolvendo seus portfólios, com cultura ágil e experiência, estavam bem posicionadas para lidar com a disrupção e manter o fluxo de commodities”, disse o estudo, que não listou empresas individualmente.
A receita da indústria praticamente triplicou dos US$ 36 bilhões registrados em 2018, de acordo com o relatório. As margens brutas das negociações independentes ultrapassaram, em muito, as de outras empresas do setor.
Pela primeira vez, a análise da consultoria separou os números dos fundos hedge em uma categoria própria.
“Os hedge funds praticamente deixaram as commodities depois de meados de 2010 a 2011, mas nos últimos dois a três anos aprimoraram seus conhecimentos e voltaram ao mercado, e com bastante sucesso”, disse Ernst Frankl, que lidera a divisão global de negociação de commodities da Oliver Wyman.
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