O que nomes de private equity como a GA estão procurando no Oriente Médio

Dubai tem aparecido como destino privilegiado para fundos hedge e empresas financeiras, atraídos pela facilidade de fazer negócios e isenção de impostos

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Bloomberg — Alguns dos maiores nomes do setor de private equity estão expandindo para o Oriente Médio para desenvolver laços mais estreitos com os investidores abastados da região e oportunidades de negócios.

A General Atlantic, que administra quase US$ 73 bilhões, nomeou na segunda-feira (27) Samir Assaf – que ingressou em 2021 como consultor sênior – para o cargo recém-criado de presidente de seus negócios no Oriente Médio e Norte da África.

Caberá a Assaf, ex-diretor executivo de bancos e mercados globais do HSBC e ainda consultor do banco, a identificação de oportunidades de investimento e a construção de relacionamentos em toda a região do Golfo.

A empresa com sede em Nova York investe no Oriente Médio desde 2015 e até agora investiu cerca de US$ 400 milhões em empresas como a plataforma de busca de imóveis online Property Finder e a Network International, empresa de processamento de cartões de crédito.

A empresa atualmente não tem ninguém no local, mas pretende construir uma presença física na região ainda este ano.

“Vemos oportunidades significativas para expandir estrategicamente nosso compromisso com a região e o papel expandido de Samir como presidente do MENA acelera nossa capacidade de fazer isso”, disse o presidente e CEO da General Atlantic, Bill Ford, em comunicado.

A empresa se une a pares como TPG Capital, Ardian SAS e CVC Capital Partners na abertura de novos escritórios ou no aumento do número de funcionários nos Emirados Árabes Unidos.

Dubai, em especial, está aparecendo como um destino privilegiado para fundos hedge e empresas financeiras, que são atraídos por sua facilidade de fazer negócios, isenção de impostos e seu fascínio como um centro de viagens global. A General Atlantic também está de olho nos “centros empresariais” de Riad, Abu Dhabi e Doha.

Em 2018, o mercado de private equity da região foi atingido pelo colapso surpreendente do Abraaj Group, antes poderosa empresa de private equity do Oriente Médio. Após seu fim, as firmas de private equity da região batalharam para conseguir captar e investir em fundos.

A proximidade da região com alguns dos maiores fundos soberanos do mundo – incluindo a Autoridade de Investimento de Abu Dhabi e a Mubadala Investment, como as pensões dos Estados Unidos– , estão cada vez mais limitadas pelo capital.

Isso está levando muitas empresas de private equity a gastar mais tempo buscando capital de investidores no Oriente Médio, em meio a uma desaceleração mais ampla na arrecadação de fundos global, que caiu cerca de 21,5% no ano passado, de acordo com o provedor de dados Preqin.

Os investidores estão tendo que enfrentar com inflação, taxas de juros mais altas e o chamado efeito denominador, onde a queda dos preços das ações infla a exposição relativa das carteiras ao private equity.

A TPG também abriu um escritório em Dubai nos últimos meses para se concentrar principalmente em relações com investidores, segundo uma pessoa familiarizada com o assunto que pediu para não ser identificada. A CVC Capital Partners abriu um escritório em Dubai no ano passado e agora tem um punhado de negociadores baseados lá.

Em Abu Dhabi, a empresa de private equity Ardian, com sede em Paris, abriu um escritório no mês passado para desenvolver parcerias existentes com fundos soberanos. Também ajudará as empresas do portfólio do grupo a se expandirem regionalmente e vai apoiar o investimento direto em empresas do Oriente Médio, com dois negócios relacionados ao hidrogênio em andamento.

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