Lemann e sócios oferecem injeção de R$ 10 bi na Americanas e acalmam credores

Nova reunião entre varejista e bancos, que reduziram o valor exigido de R$ 15 bi para R$ 13 bi, deve acontecer, disseram fontes à Bloomberg News; empresa nega oferta

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Bloomberg — Os principais acionistas da Americanas (AMER3) estão oferecendo informalmente uma injeção de R$ 10 bilhões na varejista, o que começa a acalmar os bancos credores, disseram pessoas com conhecimento direto do assunto.

A última oferta oficial feita pelos bilionários Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, de injeção de R$ 7 bilhões, foi considerada muito baixa pelos credores, mas agora, com os R$ 10 bilhões, uma negociação pode começar, disseram as pessoas, pedindo para não serem identificadas citando informações que não são públicas.

Uma nova reunião entre a Americanas e os bancos, que agora reduziram o valor exigido de R$ 15 bilhões para R$ 13 bilhões, deve acontecer, disseram as pessoas.

Nesta sexta-feira (3), a Americanas negou em nota que tenha sido apresentada uma oferta de injeção de R$ 10 bilhões, seja por parte da companhia ou dos acionistas de referência.

Os bancos estariam dispostos a discutir também o restante da proposta feita pela empresa em mais detalhes, com a possibilidade até de aceitar uma conversão de dívida em capital ou dívida subordinada, disseram as pessoas. A empresa propôs o pacote de conversão da dívida de R$ 18 bilhões em um comunicado.

A Americanas também propôs “a recompra de dívidas pela empresa no valor de R$ 12 bilhões” no mesmo comunicado.

A Americanas e os bilionários investidores da empresa não responderam imediatamente a um e-mail solicitando comentários. Os bilionários estão argumentando durante as negociações com os credores que seus investimentos na empresa superaram os pagamentos de dividendos em cerca de R$ 1,6 bilhão nos últimos 10 anos, afirmaram pessoas familiarizadas com o assunto anteriormente.

O trio também alega que perdeu seus investimentos de longa data na empresa depois que o valor de sua participação de 31% na Americanas despencou, segundo as pessoas. Eles argumentam que os credores devem compartilhar a dor com eles ao resgatar a varejista, disseram as fontes.

Bancos como o Banco BTG Pactual (BPAC11) e o Banco Bradesco (BBDC4) sustentam que o trio é responsável pela queda da Americanas, argumentando que os bilionários até se beneficiaram com o que chamam de fraude.

A Americanas entrou com pedido de recuperação judicial contra credores em 19 de janeiro, após mergulhar em uma crise no início do ano em meio a revelações de “inconsistências contábeis” de R$ 20 bilhões que aumentaram artificialmente os lucros por um período de uma década e reduziram os passivos reportados pela metade. A empresa deve a mais de 9 mil empresas e pessoas físicas R$ 42,5 bilhões, segundo sua lista de credores atualizada.

O colunista Lauro Jardim, de O Globo, reportou anteriormente a oferta de R$ 10 bilhões, sem revelar a reação dos credores.

- Matéria atualizada às 9h21 de 3 de março com a posição da Americanas que negou que uma injeção de R$ 10 bilhões tenha sido formalizada.

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