Bloomberg Línea — A Justiça de São Paulo determinou o bloqueio de todas as ações da TIM Brasil que estiverem em poder da Docas Investimentos, do empresário Nelson Tanure. A ordem se refere ao pagamento de uma dívida calculada em R$ 103 milhões de duas editoras, a Rickdan e a Peixes, de Tanure, com outra editora, a Cobra.
A decisão é do juiz Paulo Bernardi Baccaratt, da 16ª Vara Cível de São Paulo, e também se estende a todos os dividendos e juros sobre capital próprio decorrentes das ações. Não foram especificadas quantas ações serão afetadas pela decisão: a TIM e a B3 foram intimadas a prestar essa informação no processo, prazo que termina na próxima segunda-feira (6).
O depósito do dinheiro na conta dos credores será feito pela TIM Brasil.
A dívida hoje está cedida a outras empresas de securitização de créditos, participações e de consultoria representadas pelo escritório Mazzottini Advogados. A firma representa as empresas AJR Financial, Bankap, MB Gutierrez e MPartners Consultoria.
Segundo os advogados Arthur Dias da Silva e Paulo Vitor Alves Mariano, sócios do Mazzuttini, o débito se refere a um processo que está na Justiça desde 2008. A editora Cobra tinha um contrato com a Rickdan e com a Peixes de parceria para venda de assinaturas de revistas.
Segundo eles,a Docas tinha 127 milhões de ações da TIM Brasil em 2010 e a empresa tem hoje cerca de 2 bilhões de ações negociadas no mercado.
“Nossos clientes assumiram a dívida em meados de 2020 e aí adotamos uma postura mais contundente. É sabido que Tanure é dono da Docas e vimos que, considerando o tamanho da dívida, a participação na TIM era a que mais se adequava à situação”, disse Arthur da Silva, em entrevista à Bloomberg Línea.
O empresário Nelon Tanure disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que não vai se pronunciar sobre o assunto.
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