Bloomberg — A empresa de investimentos 3G Capital, fundada pelo bilionário brasileiro Jorge Paulo Lemann e seus sócios, levantou cerca de US$ 143 milhões (cerca de R$ 740 milhões) por meio da venda de ações da Restaurant Brands International (QSR), dona de marcas como Burger King e Popeyes.
O BofA Securities liderou a oferta de cerca de 2,2 milhões de ações, informou a Restaurant Brands em comunicado na terça-feira (28), e a transação foi avaliada em US$ 64,65 cada, segundo uma pessoa familiarizada com o assunto. A 3G tinha cerca de 31% do poder de voto combinado da empresa no último relatório anual.
A ação foi negociada a US$ 64,49 no fechamento desta terça; em 12 meses, a valorização acumulada é da ordem de 18%.
A 3G, com sede em Nova York, não respondeu imediatamente a um pedido de mais informações sobre a transação.
A RBI passou a ter um novo CEO nesta quarta, Joshua Kobza, em substituição a José Cil.
A venda ocorre em tempos difíceis para os sócios fundadores da 3G, Lemann, Carlos Sicupira e Marcel Telles, depois que a varejista brasileira Americanas (AMER3) foi forçada a pedir recuperação judicial em janeiro após um escândalo contábil estimado em R$ 20 bilhões. Embora Lemann, Sicupira e Telles sejam os maiores acionistas da Americanas, a varejista não faz parte da estrutura do 3G.
Os três discutem uma injeção de capital na Americanas que pode ficar entre R$ 6 bilhões e R$ 7 bilhões, segundo fontes disseram à Bloomberg News, mas bancos credores pedem até R$ 20 bilhões.
Fundada em 2004, a 3G possui participações na Kraft Heinz (KHC), na Restaurant Brands International e na fabricante holandesa de persianas Hunter Douglas NV.
Lemann, o brasileiro mais rico, tem um patrimônio líquido de US$ 21,3 bilhões, segundo o Bloomberg Billionaires Index. Sua participação na Restaurant Brands International é avaliada em cerca de US$ 1,9 bilhão.
Veja mais em Bloomberg.com
Leia também
Crise da Americanas pressiona e encarece o mercado de títulos privados
Justiça autoriza Americanas a pagar dívida com trabalhadores e pequenos credores