Bloomberg Línea — Os credores da Americanas (AMER3) têm um prazo de 15 dias para apresentarem eventuais divergências sobre os valores a receber que constam na terceira lista publicada pela varejista, que entrou em recuperação judicial, em janeiro, após revelar um rombo estimado em R$ 20 bilhões.
O prazo começou a contar nesta quarta-feira (1º), data em que o documento com a relação de credores foi publicado. A lista traz 9.654 credores nas classes I, III e IV, além de extraconcursal (dívidas que não se sujeitam às regras da recuperação judicial). Os créditos totalizam cerca de R$ 42,5 bilhões.
Quando a primeira lista foi divulgada, no dia 25 de janeiro, houve credores contestando os valores, principalmente bancos como o BV e o Deutsche Bank.
Ontem (28 de fevereiro), a Justiça do Rio de Janeiro autorizou a companhia a pagar suas dívidas com trabalhadores e pequenos credores - uma categoria que tem R$ 192,4 milhões a receber, com entendimento de que não acarretaria prejuízos aos demais. Os bancos Safra e Bradesco contestaram essa argumentação.
Para realizar esse pagamento aos pequenos fornecedores, a Americanas vai utilizar os recursos levantados com o financiamento DIP (empréstimo-ponte, voltado para empresas com dificuldades), realizado pelos acionistas de referência e já autorizado na recuperação judicial no valor de até R$ 2 bilhões.
No começo de fevereiro, os bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, acionistas de referência da companhia, chegaram a propor um aporte financeiro de R$ 7 bilhões aos credores, mas não houve acordo, pois os bancos pediram R$ 15 bilhões ao menos.
O grupo varejista informou estar operando normalmente, dentro das regras do processo de recuperação judicial, e que realizou o pagamento de salários e benefícios dos seus mais de 40 mil empregados no último dia 28. Nesta quarta-feira (1º), as ações da Americanas fecharam em queda de 6%, cotadas a R$ 0,94.
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