Bloomberg — A atividade econômica na Alemanha encolheu mais do que o esperado no final de 2022, enquanto a maior economia da Europa enfrenta contra as consequências da crise energética e da guerra na Ucrânia.
O Produto Interno Bruto (PIB) alemão contraiu 0,4% no quarto trimestre em relação aos três meses anteriores, o dobro da queda relatada anteriormente. O escritório de estatísticas do país disse que as quedas do investimento de capital e do consumo privado foram os principais culpados, enquanto os gastos do governo tiveram um efeito positivo.
Os analistas preveem outro resultado negativo neste trimestre, o que levaria a economia a uma recessão. Mesmo assim, um inverno com temperaturas excepcionalmente mais altas que o normal significou que a Alemanha evitou os cenários mais sombrios temidos quando a Rússia invadiu a Ucrânia um ano atrás.
Dados recentes deram motivos para otimismo na resiliência da Alemanha, com os indicadores de expectativa Ifo e ZEW publicados no início desta semana, ambos aumentando mais do que o previsto.
Da mesma forma, pesquisas com gerentes de compras (PMI) indicaram que a atividade privada voltou a crescer neste mês, após mais de meio ano de leituras negativas, com uma diminuição da escassez de oferta e expansão no setor de serviços impulsionando a recuperação.
Ainda assim, o PMI industrial contraiu novamente em fevereiro, com os fabricantes destacando uma queda contínua em novos pedidos, liderada por uma queda acentuada e sustentada nas vendas de exportação.
O salto nos custos de energia tem sido particularmente difícil para a indústria. A gigante química alemã BASF SE disse nesta sexta-feira (24) que fechará várias fábricas, incluindo duas fábricas de amônia e instalações de fertilizantes relacionadas, resultando em 700 cortes de empregos em sua principal fábrica de Ludwigshafen.
--Com a ajuda de Joel Rinneby e Kristian Siedenburg
Veja mais em Bloomberg.com
Leia também
Portugal quer obrigar proprietários de casas não ocupadas a encontrar inquilinos
Por que o Chile é o país mais seguro para investimentos na América Latina