Bloomberg — A Comissão Europeia suspendeu o uso do TikTok entre seus funcionários alegando questões de segurança relacionadas às práticas de coleta de dados do aplicativo de mídia social.
Os funcionários foram instruídos a excluir o aplicativo de seus telefones celulares e de dispositivos eletrônicos de uso corporativo, incluindo aparelhos de uso pessoal que tenham aplicativos da Comissão em uso.
Os governos ocidentais, incluindo os Estados Unidos e o Reino Unido, têm se preocupado cada vez mais com possíveis riscos à segurança nacional no uso do TikTok, tendo em vista a empresa chinesa que controla a plataforma, a ByteDance Ltd.
A suspensão da União Europeia segue uma decisão do Congresso dos EUA no final do ano passado de restringir o TikTok dos dispositivos do governo federal.
“Esta medida visa proteger a Comissão contra ameaças e ações cibernéticas de segurança que podem ser exploradas para ataques contra o ambiente corporativo da Comissão”, escreveu o braço executivo da UE em um comunicado.
Os funcionários terão que excluir o app dos dispositivos até o dia 15 de março, conforme um e-mail da Comissão enviado nesta quinta-feira (23) aos trabalhores e que foi visto pela Bloomberg News.
Um porta-voz da comissão disse que também informou outras instituições da UE sobre a suspensão e que negou que a decisão tenha sido resultado de pressão por parte dos EUA.
“Estamos desapontados com esta decisão, que acreditamos ter sido mal orientada e baseada em fundamentos equivocados”, disse um porta-voz do TikTok. “Entramos em contato com a Comissão para esclarecer o assunto”.
O TikTok está criando três centros de dados na Europa para armazenar dados localmente, reduzir o acesso dos funcionários a informações e minimizar o fluxo de dados fora da Europa, acrescentou o porta-voz.
A União Europeia está se tornando mais radical em sua abordagem contra o TikTok. Após uma ligação em janeiro com o diretor-executivo da empresa controladora da rede, Shou Zi Chew, o Comissário de Mercado Interno Thierry Breton disse que a UE irá banir a plataforma se ela não seguir a moderação de conteúdo e as regras de dados da região.
“Não hesitaremos em adotar todo o escopo de sanções para proteger nossos cidadãos se as auditorias não demonstrarem total conformidade”, escreveu Breton.
A vice-presidente-executiva Margrethe Vestager tem sido mais cautelosa sobre uma eventual proibição total da plataforma, como a que está em discussão nos EUA, afirmando à mídia sueca este mês que uma proibição do tipo “não está sendo considerada”.
“Se proibirmos alguém de fazer negócios na Europa, precisamos de razões fortes”, disse Vestager. “Desde que eles cumpram a lei, eles podem conduzir seus negócios na Europa”.
A agência de inteligência holandesa também está sondando os riscos potenciais associados aos trabalhadores do governo que usam o TikTok em seus celulares. O presidente francês Emmanuel Macron também levantou preocupações sobre a plataforma e seu impacto sobre os jovens usuários.
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