Bloomberg — O centro financeiro de Dubai está em negociações com mais de 50 fundos hedge (equivalentes aos multimercados no Brasil) para se estabelecer no centro de negócios do Oriente Médio após atrair pesos pesados da indústria, como Millennium Management e ExodusPoint Capital Management.
“Um espaço que vem crescendo muito rápido é o setor de fundos hedge”, disse Essa Kazim, governador do Centro Financeiro Internacional de Dubai, em entrevista coletiva na segunda-feira (20). “A carteira de pedidos para esse setor é grande e está crescendo e é uma das fontes do nosso crescimento, na verdade.”
Os cerca de 50 fundos hedge que buscam obter uma licença DIFC administram juntos mais de US$ 1 trilhão em ativos, de acordo com Salmaan Jaffery, diretor de desenvolvimento de negócios do hub.
O DIFC, como é conhecido o centro de negócios, continua “não apenas autorizando-os, mas continuamos a envolvê-los globalmente”, disse ele, recusando-se a nomear os fundos e quantos atualmente operam no centro.
Dubai está emergindo como um destino privilegiado para gestoras de fundos hedge, atraídos por sua facilidade de fazer negócios, isenção de impostos e seu fascínio como um centro de viagens global.
É também um fuso horário mais amigável para gestores que possuem investimentos globais que vão da América do Norte à Ásia.
A gestora Millennium, de Izzy Englander, aumentou sua equipe na cidade para cerca de 30 pessoas desde que obteve a licença em 2020. A ExodusPoint Capital, um dos maiores fundos hedge multiestratégia do mundo, registrou-se no DIFC em junho.
O centro financeiro está oferecendo taxas de licenciamento e requisitos de capital reduzidos para fundos hedge administrando produtos domésticos. Ele também oferece um terreno fértil para indivíduos de alto patrimônio líquido e investidores institucionais para gestores de fundos que estão se mudando.
A menos de duas horas de carro, Abu Dhabi, cujos fundos soberanos administram mais de US$ 1,2 trilhão, também está fazendo um esforço para atrair mais dinheiro estrangeiro e empresas financeiras.
A Brevan Howard Asset Management, mais conhecida por macro trading e um recente impulso em ativos digitais, está abrindo um escritório na capital dos Emirados Árabes Unidos e planeja ter cerca de 100 pessoas na região.
Na segunda-feira (20), o DIFC disse que a receita em 2022 atingiu um recorde de 1,06 bilhão de dirhams (US$ 288,6 milhões) após um aumento acentuado no número de empresas recém-registradas.
O aumento da atividade na zona franca reflete o ressurgimento econômico de Dubai após a pandemia de covid. A cidade-estado também atraiu uma série de recém-chegados, incluindo bilionários russos, investidores imobiliários e empresas de criptomoedas que buscam um ambiente de impostos baixos.
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