Bloomberg — Um grupo de investidores focado em mudanças climáticas que gerenciam ativos no valor de US$ 39 trilhões disse que está aconselhando seus membros que as compensações de carbono não devem ser a principal solução para tornar seus portfólios verdes.
As empresas não podem depender apenas das compensações para atingir a emissão zero. Reduções reais precisarão acontecer para enfrentar as mudanças climáticas, disse o Grupo de Investidores da Ásia sobre Mudanças Climáticas (AIGCC, na sigla em inglês).
As compensações de carbono — ou reduções ou remoção de emissões para compensar as de outros lugares — passaram por um exame minucioso nos últimos anos sobre se são realmente eficazes no combate às mudanças climáticas e devido à falta de padrões comuns da indústria.
A Shell recentemente renovou uma tentativa controversa de vender gás natural “neutro em carbono” comprando créditos para compensar o impacto ambiental do combustível fóssil.
“O uso de compensações pode ser uma opção mais fácil para os compradores, mas não é isento de riscos”, disse o grupo, que conta com BlackRock, BNP Paribas Asset Management e JPMorgan Asset Management Inc. entre seus membros. “Perseguir o uso de esquemas de baixa qualidade, incluindo aqueles que têm impactos sociais e ecológicos negativos, potencialmente cria riscos reputacionais.”
Se compensações forem usadas, os investidores devem buscar a remoção de carbono de longo prazo onde não há alternativas tecnologicamente e/ou financeiramente viáveis para reduzir as emissões, disse o AIGCC. O fracasso em reduzir as emissões aumentará os riscos de transição energética para empresas e economias, afirmou.
A Net-Zero Asset Owner Alliance, reunida pela ONU, um grupo de investidores institucionais que administra um total de US$ 11 trilhões, também disse no mês passado que está desencorajando seus membros de usar iniciativas de remoção de carbono para atingir suas metas de emissões antes de 2030.
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