Um latino no Fed? Deputados dos EUA pedem que Biden indique hispânico para vaga

Grupo argumenta que o banco central americano há muito carece de diversidade, especialmente entre seus líderes e os economistas que ajudam a moldar as políticas monetárias do país

Biden nomeou Lael Brainard como sua nova diretora do Conselho Econômico Nacional e abriu uma vaga no conselho do Fed
Por Catarina Saraiva
18 de Fevereiro, 2023 | 06:03 PM

Bloomberg — Trinta e quatro deputados dos Estados Unidos pediram para o presidente Joe Biden nomear um latino para preencher a vaga criada no Conselho de Governadores do Federal Reserve (Fed) pela renúncia da vice-presidente do Fed, Lael Brainard.

Membros do Caucus Hispânico do Congresso (uma espécie de frente parlamentar que defende interesses de latinos), liderado por Robert Menendez, senador de Nova Jersey, pediram o que seria a primeira nomeação de um latino para um cargo de liderança no banco central em uma carta enviada a Biden na sexta-feira (17).

“Apesar de serem a maior população minoritária e de crescimento mais rápido dos Estados Unidos, os latinos têm sido persistentemente sub-representados no Federal Reserve”, escreveram os legisladores. “A nomeação de um candidato latino qualificado para o Conselho de Governadores seria um passo crítico para trazer diversas perspectivas ao banco central de nosso país.”

Na terça-feira, Biden nomeou Brainard como sua nova diretora do Conselho Econômico Nacional.

PUBLICIDADE

Para preencher a vaga do conselho do Fed criada por essa mudança, o presidente poderia nomear um novo vice-presidente ou elevar um diretor atual a esse cargo e, em seguida, nomear outro candidato para ocupar o cargo de diretor (ou governor, na nomenclatura em inglês) .

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, se recusou a comentar se o presidente levaria em consideração o pedido dos deputados. Mas ela disse que era uma vaga importante “que o presidente vai priorizar o preenchimento”.

Embora alguns avanços tenham sido feitos nos últimos anos, o Fed há muito carece de diversidade, especialmente entre seus líderes e os economistas que ajudam a moldar as políticas. No ano passado, Biden nomeou Lisa Cook, a primeira governadora negra do conselho, enquanto o Fed de Boston escolheu Susan Collins, a primeira mulher negra a dirigir um banco de reserva, como sua nova presidente.

No conselho do Fed em Washington, apenas 5% dos funcionários são hispânicos. Entre os economistas, 7% são latinos, que no total representam 19% da população dos EUA. O presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, é filho de imigrantes indianos, mas nenhum asiático-americano foi governador do Conselho.

O esforço dos legisladores é o último passo em um esforço de anos de Menendez e outros membros do grupo parlamentar para elevar um latino ao primeiro lugar no Fed. Os legisladores fizeram apelos semelhantes recentemente, quando as presidências dos bancos de reservas de Boston, Dallas, Chicago e Kansas City estavam vagas. Kansas City ainda não foi preenchida, embora sua líder de longa data, Esther George, tenha se aposentado no final do mês passado.

Um grupo maior de senadores, liderados por Menendez, escreveu uma carta ao presidente do Fed, Jerome Powell, em junho, após o anúncio do novo presidente do Fed de Dallas, que não é latino, pedindo ao banco central que tome medidas para ajudar a garantir uma política mais padronizada e transparente. processo de nomeação de líderes nos 12 bancos de reserva. O distrito do Fed de Dallas tem cerca de 40% de latinos.

--Com a ajuda de Akayla Gardner

PUBLICIDADE

Veja mais em Bloomberg.com

Leia também

Desaparecimento de banqueiro chinês assombra a elite empresarial do país

Preços ao produtor dos EUA vêm acima do esperado e sugerem maior aperto do Fed