Este é o bairro que tem a maior renda do Brasil, com R$ 39.500 ao mês em média

‘Mapa da Riqueza’, pesquisa da FGV, aponta onde estão os bolsões de prosperidade no país de acordo com dados oficiais de declaração do Imposto de Renda

Ponte Juscelino Kubitschek, que liga o Lago Sul à parte central de Brasília (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
18 de Fevereiro, 2023 | 07:30 AM

Bloomberg Línea — O Distrito Federal tem a maior concentração de riqueza do país, seguido pelos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. É o que aponta uma pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV).

“Calculando só entre os que pagam o Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF), a renda de Brasília pula para R$ 12.627. No Lago Sul, região nobre da cidade, a renda média vai a R$ 39.535, quando olhamos apenas os declarantes, e chega a R$ 23.141 quando analisamos a população total. Não tem nenhum município no Brasil que chegue a um terço desse patamar de renda”, afirmam os pesquisadores.

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O estudo, realizado com base nos dados do Imposto de Renda das Pessoas Físicas (IRPF), ainda aponta que, entre as capitais, Florianópolis, Porto Alegre, Vitória e São Paulo, nessa ordem, lideram a concentração de alta renda do país. São Paulo, que ocupava a segunda posição em 2019, caiu para quarta em 2020, enquanto a capital catarinense se mantém na liderança.

A FGV aponta que, entre 2019 e 2020, São Paulo (-6,13%) teve a segunda maior queda de renda entre as capitais da federação brasileira, logo depois de Sergipe (-6,2%).

O maior ganho de renda nas capitais e nos estados entre 2019 e 2020 foi observado, respectivamente, em Palmas (20,14%) e em Tocantins (14,25%), em razão do agronegócio.

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Desigualdade de renda

A pesquisa da FGV também calculou os índices de desigualdades. Na média nacional, o índice de Gini chegou a 0,7068 em 2020, acima do 0,6013 calculado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) contínua, do IBGE. Quanto mais perto de 1, maior a desigualdade.

O estado com a menor declaração de patrimônio por habitante, segundo a FGV, é o Maranhão, com renda média de R$ 409 e patrimônio líquido médio de R$ 6.329. Ipixuna do Pará (R$ 71) é o município de menor renda com população acima de 50 mil pessoas.

A pesquisa também mostra que, mesmo com o pagamento do auxílio emergencial a partir de meados de 2020 em razão dos efeitos causados pela pandemia, a desigualdade brasileira não caiu nesse período, uma vez que a queda de renda do 1% mais rico da população foi 1,5%, menos da metade das perdas da classe média brasileira (-4,2%), que foi considerada a mais prejudicada pela covid-19.

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Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.