Bloomberg Línea — O Distrito Federal tem a maior concentração de riqueza do país, seguido pelos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. É o que aponta uma pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV).
“Calculando só entre os que pagam o Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF), a renda de Brasília pula para R$ 12.627. No Lago Sul, região nobre da cidade, a renda média vai a R$ 39.535, quando olhamos apenas os declarantes, e chega a R$ 23.141 quando analisamos a população total. Não tem nenhum município no Brasil que chegue a um terço desse patamar de renda”, afirmam os pesquisadores.
O estudo, realizado com base nos dados do Imposto de Renda das Pessoas Físicas (IRPF), ainda aponta que, entre as capitais, Florianópolis, Porto Alegre, Vitória e São Paulo, nessa ordem, lideram a concentração de alta renda do país. São Paulo, que ocupava a segunda posição em 2019, caiu para quarta em 2020, enquanto a capital catarinense se mantém na liderança.
A FGV aponta que, entre 2019 e 2020, São Paulo (-6,13%) teve a segunda maior queda de renda entre as capitais da federação brasileira, logo depois de Sergipe (-6,2%).
O maior ganho de renda nas capitais e nos estados entre 2019 e 2020 foi observado, respectivamente, em Palmas (20,14%) e em Tocantins (14,25%), em razão do agronegócio.
Desigualdade de renda
A pesquisa da FGV também calculou os índices de desigualdades. Na média nacional, o índice de Gini chegou a 0,7068 em 2020, acima do 0,6013 calculado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) contínua, do IBGE. Quanto mais perto de 1, maior a desigualdade.
O estado com a menor declaração de patrimônio por habitante, segundo a FGV, é o Maranhão, com renda média de R$ 409 e patrimônio líquido médio de R$ 6.329. Ipixuna do Pará (R$ 71) é o município de menor renda com população acima de 50 mil pessoas.
A pesquisa também mostra que, mesmo com o pagamento do auxílio emergencial a partir de meados de 2020 em razão dos efeitos causados pela pandemia, a desigualdade brasileira não caiu nesse período, uma vez que a queda de renda do 1% mais rico da população foi 1,5%, menos da metade das perdas da classe média brasileira (-4,2%), que foi considerada a mais prejudicada pela covid-19.
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