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XP quer voltar às origens

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17 de Fevereiro, 2023 | 07:10 AM
Tempo de leitura: 4 minutos

Bloomberg Línea — Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças. Bom dia e ótima leitura!

“A crise, os juros altos, a guerra, a inflação (não faltam problemas para elencarmos), são temas que dificultam o humor do investidor, mas quando foi fácil? Olhem todas as dificuldades que passamos ao longo desses 22 anos. Reclamar nunca foi o melhor caminho para superar nenhum desafio.”

As palavras de Guilherme Benchimol em mensagem enviada nesta semana à rede de agentes autônomos da XP viralizaram na Faria Lima. O fundador e presidente do conselho da maior corretora do país exortou assessores a aumentar a produtividade, como nos primeiros anos da empresa.

O tom duro não foi por acaso. Os números do resultado do quarto trimestre, divulgados na noite de ontem (16), deram nova dimensão à desaceleração do crescimento. A empresa teve lucro líquido ajustado de R$ 893 milhões, enquanto o consenso ouvido pela Bloomberg esperava R$ 1,03 bilhão.

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As ações chegaram a cair perto de 8% nas negociações do after hours da Nasdaq depois do resultado.

Mas nem todo mundo concordou com o diagnóstico do fundador da XP. O sócio de um escritório respondeu em tom igualmente duro, em mensagem a que a Bloomberg Línea teve acesso. “Venho com tristeza dizer que talvez o problema não seja só esse”, diz o executivo no começo da mensagem.

“Vivemos de relacionamento e credibilidade e, depois de anos atendendo os mesmos clientes, hoje pela primeira vez estamos perdendo credibilidade e contas de valor expressivo, dados os constantes erros operacionais.”

Leia mais: Benchimol vê assessores ‘abandonando’ clientes, e escritório rebate críticas

Guilherme Benchimol, presidente do conselho da XP: "percebo que alguns grandes líderes se transformaram em burocratas"

No Radar

A quebra de expectativas dos investidores quanto à política de juros do Federal Reserve (Fed) desengatilhou vendas no mercado. Quando já confiavam que o banco central dos Estados Unidos estaria perto de rever sua estratégia para controlar a inflação, indicadores mostrando a solidez da economia estremeceram as convicções dos operadores. Para completar, os comentários mais duros de membros do Fed levam agora o mercado a considerar que a instituição pode, inclusive, voltar a aplicar uma dose maior de alta dos juros, de 0,50 ponto percentual.

📈 Mudança de curso? Loretta Mester, do Fed de Cleveland, vê um “caso econômico convincente” para a instituição voltar a elevar em 0,50 ponto os juros na próxima reunião, opinião ecoada por seu colega de St. Louis, James Bullard. Na primeira reunião de 2023, o Fed desacelerou a alta para 0,25 ponto, o menor incremento desde o início do ciclo de aperto monetário, em março de 2022 (quando o Fed subiu o juro em 0,25 ponto). A partir de então, foram outros seis aumentos “jumbo” de taxas, quatro delas de 0,75 ponto.

🕊️ ‘DR’ entre países. O presidente Joe Biden espera em breve falar com Xi Jinping sobre o balão chinês abatido pelos EUA no início deste mês, sinalizando o desejo de pôr um fim a uma contenda que evidencia a fragilidade das relações entre as maiores economias do mundo. Em suas palavras, Biden disse “esperar conversar com o presidente Xi” e que torce para que os países “cheguem a um ponto final” nesta questão. “Mas não peço desculpas por ter derrubado aquele balão.”

🥊 Novo golpe para o mundo cripto. A agência reguladora do mercado de capitais norte-americano acusou o empresário cripto Do Kwon e a firma que ele co-fundou de uma fraude envolvendo a malograda stablecoin TerraUSD. A SEC alegou no tribunal federal na quinta-feira que a Terraform Labs e Kwon ofereciam e vendiam títulos não registrados, incluindo o stablecoin, e realizaram um esquema que acabou com um valor de mercado de pelo menos US$ 40 bilhões. O caso marca uma escalada significativa na repressão da SEC à indústria de criptoativos.

➡️ Em tempo: as bolsas dos EUA estarão fechadas na segunda-feira por feriado (Presidents’ Day). Isso significa que não haverá negociação com ações e nem com títulos do Tesouro.

Os mercados esta manhã

🟢 As bolsas ontem (16/02): Dow Jones Industrials (-1,26%), S&P 500 (-1,38%), Nasdaq Composite (-1,78%), Stoxx 600 (+0,19%), Ibovespa (+0,31%)

O aperto nos discursos de membros do Fed, que transmitem com firmeza a continuidade de uma política monetária restritiva, pesou nos mercados acionários. As conjecturas sobre o rumo dos juros - à luz de dados econômicos que evidenciam a solidez da economia dos EUA - trouxeram muita volatilidade à negociações nesta semana.

Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados e se inscreva no After Hours, a newsletter vespertina da Bloomberg Línea com o resumo do fechamento dos mercados

Agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

EUA: Preços de Bens Importados e Exportados/Jan, Índice de Indicadores Antecedentes

Europa: Zona do Euro (Transações Correntes/Dez); Reino Unido (Vendas no Varejo/Jan) ; Alemanha (IPP/Jan); França (IPC/Jan)

• América Latina: Brasil (Fluxo Cambial Estrangeiro)

Bancos centrais: Discurso de Michelle Bowman e Thomas Barkin, do Fed

Balanços: Hermes, Allianz, Daimler, Deere&Company, Swiss Re, Liberty, Lenovo, Air France

🗓️ Os eventos de destaque na semana →

Destaques da Bloomberg Línea:

Alexandre de Moraes suspende apreensão de e-mails de executivos da Americanas

Justiça suspende a falência da Livraria Cultura após recurso da empresa

Vale lucra US$ 3,7 bilhões no quarto trimestre, recuo de 30% na base anual

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• Também é importante: Rolex e Patek superam ações e criptos em retorno apesar de queda nos preços | Aposta em crédito vai além de ciclos adversos de curto prazo, diz CEO da Totvs | China alerta sobre tensões crescentes com EUA e impõe sanções

• Opinião Bloomberg: O próximo desafio do ChatGPT: se tornar um renomado autor da literatura

• Pra não ficar de fora: Os ingressos mais caros para o Carnaval do Rio. E o que eles oferecem

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