Tesla estuda oferta pela mineradora brasileira Sigma Lithium, dizem fontes

Empresa com projeto de exploração de lítio em Minas Gerais tem como principal acionista o fundo de private equity A10 Investimentos, de Ana Cabral-Gardner

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Bloomberg — A Tesla (TSLA) está avaliando a aquisição da mineradora de metais para baterias de carros elétricos Sigma Lithium (SGML), disseram pessoas com conhecimento do assunto à Bloomberg News, em um momento de demanda crescente por lítio pela indústria automotiva.

A fabricante de veículos elétricos fundada e comandada por Elon Musk tem conversado com potenciais advisors sobre uma oferta, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas porque as informações são confidenciais. A Sigma Lithium é uma das várias empresas de mineração que a Tesla está explorando enquanto avalia o próprio refino, disse uma das pessoas.

O maior acionista da Sigma Lithium vem explorando uma possível venda da empresa e avaliando o interesse de mineradoras e montadoras, disseram as pessoas.

Seu maior investidor, com 46%, é o A10 Investimentos, um fundo brasileiro de private equity que a co-presidente executiva da Sigma, a brasileira Ana Cabral-Gardner, ajudou a estabelecer. O co-CEO Calvyn Gardner, também possui parte da mineradora.

As deliberações estão nos estágios iniciais e podem não levar a uma transação, de acordo com as pessoas.

Os potenciais pretendentes podem hesitar em fazer lances depois que as ações triplicaram nos últimos 12 meses devido às altas expectativas de preços dos proprietários, disseram as pessoas.

Há também um interesse crescente de investidores institucionais pela empresa, como a Ace Capital, de Fabricio Taschetto, uma gestora que tem na Sigma a sua principal alocação em bolsa.

Os principais acionistas da Sigma também podem esperar para desenvolver o projeto principal da empresa antes de buscar uma saída, de acordo com as pessoas.

Elon Musk e representantes da Tesla não responderam aos pedidos de comentários. Cabral-Gardner, da Sigma Lithium, recusou-se a comentar os “rumores”.

A empresa está desenvolvendo um grande depósito de rocha de lítio no Brasil conhecido como Grota do Cirilo, no Vale do Jequitinhonha, no estado de Minas Gerais. A empresa disse em dezembro que está considerando quase triplicar a produção de lítio no projeto em 2024, depois que uma pesquisa revelou reservas minerais 63% maiores do que se pensava anteriormente.

As ações listadas em Toronto da Sigma Lithium subiram junto com o aumento dos preços do lítio, dando à empresa um valor de mercado de 4,1 bilhões de dólares canadenses (cerca de US$ 3 bilhões).

A demanda pelo metal branco prateado, que é fundamental para a fabricação de baterias de veículos elétricos, está superando em muito a oferta em meio ao esforço global para eletrificar o transporte em um momento de redução da dependência dos combustíveis fósseis.

A Sigma Lithium também pode atrair o interesse de grandes mineradoras, bem como clientes do metal. A Rio Tinto, segunda maior mineradora do mundo, procura ativamente por aquisições de lítio, mas atualmente não está interessado na Sigma Lithium por causa do alto preço pedido, disse uma das pessoas.

A empresa já assinou acordos de fornecimento com a LG Energy Solution e a trading japonesa Mitsui.

- Com informações da Bloomberg Línea.

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