Bloomberg — Grandes produtoras de petróleo, como a Petronas, da Malásia, e a americana Hess, fecharam operações de hedging (proteção) para se protegerem contra uma eventual queda de preços em meio a temores de recessão.
A Petronas tem usado opções de venda (aposta na queda) como forma de se precaver de grandes quedas no mercado de petróleo. A estatal malaia adotou a estratégia conhecida como “put spread”, que usa opções com preços de exercício diferentes para lucrar com uma eventual queda de cotação.
A Hess adquiriu contratos de opções de venda para 75.000 barris por dia de petróleo nos Estados Unidos a um preço mínimo mensal médio de US$ 70 por barril, comparado a uma cotação atual de US$ 77 para os futuros de West Texas Intermediate (WTI) em Nova York. Isso garante que a produtora limite sua perda se a cotação cair abaixo deste piso.
A operação custou à empresa cerca de US$ 120 milhões. No ano passado, a Hess gastou mais de US$ 300 milhões para desfazer parte de seu hedging, o dobro do custo de entrar nas posições.
Para o mercado, o retorno das petrolíferas às operações de hedging melhora a liquidez e diminui a volatilidade.
Há também outros sinais de que a atividade pode aumentar.
A gigante Exxon (XOM) disse que está criando uma divisão global de trading para competir de forma mais agressiva com rivais como BP (BP) e Shell (SHEL) no mercado de derivativos.
Este ano, o barril de petróleo tem sido negociado em uma faixa estreita de US$ 10 (para cima ou para baixo). No final do ano passado, as cotações muitas vezes oscilavam mais de US$ 5 em uma única sessão.
Essa estabilidade ajuda a trazer produtoras como a Hess de volta ao mercado.
“Planejamos aumentar nossa posição de hedging para um nível semelhante a 2022, dependendo das condições do mercado”, disse John Rielly, CFO da Hess, em teleconferência de resultados. Entre WTI e Brent, a empresa tinha cerca de 150.000 barris por dia protegidos no ano passado.
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