Lemann troca o CEO na holding do Burger King em busca de acelerar o crescimento

Restaurant Brands International será comandada por Joshua Kobza a partir de 1º de março, no lugar de Jose Cil; em novembro, grupo trouxe novo chairman

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Bloomberg — No império de negócios de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, não é apenas a Americanas (AMER3) que ganhou comando novo neste começo de 2023. A RBI (Restaurant Brands International), holding proprietária das cadeias de fast-food Burger King, Tim Hortons e Popeyes, nomeou um novo CEO, Joshua Kobza, que assumirá a partir de 1º de março.

As ações da RBI (QSR) recuaram 2,73% nesta terça, mas acumulam alta da ordem de 10% em 12 meses. Lemann, Telles e Sicupira controlam a holding por meio da gestora 3G Capital.

Kobza é diretor de operações desde janeiro de 2019 e ocupa cargos seniores na empresa desde 2012. O atual CEO, Jose Cil, permanecerá na empresa por um ano para ajudar na transição.

É a segunda grande mudança no comando da RBI em quatro meses. Em novembro, J. Patrick Doyle, ex-sócio do Carlyle e ex-CEO da Domino’s Pizza de 2010 a 2018 foi nomeado presidente do conselho da empresa, em plano para acelerar o crescimento para acionistas e franqueados.

A Restaurant Brands, que é a maior holding de restaurantes de fast food do mundo, com receitas de US$ 35 bilhões ao ano e 29 mil unidades, anunciou lucros por ação ajustados no quarto trimestre que ficaram abaixo das estimativas. Os ganhos foram de 72 centavos no trimestre, enquanto os analistas estimaram 74 centavos. Custos mais altos e incerteza econômica ainda são um problema para os restaurantes.

O crescimento de 8,4% de vendas comparáveis do Burger King ficou abaixo da estimativa de analistas, que projetaram 8,9%.

“Estou animado para liderar a empresa e trabalhar em estreita colaboração com nossos presidentes de negócios para colocar nossos franqueados no centro de nosso sucesso e acelerar o crescimento do qual sabemos que nossas marcas são capazes”, disse Josh Kobza em comunicado.

A empresa e seus franqueados têm trabalhado para remodelar as lojas do Burger King nos Estados Unidos, com investimentos em marketing e digital. Os resultados mostram que esses esforços ainda não foram recompensados.

“Aquele que precisa de mais trabalho no momento é o Burger King nos Estados Unidos”, disse J. Patrick Doyle em entrevista à Bloomberg TV. Embora os resultados “não tenham sido tão bons quanto queríamos”, Doyle disse que eles estão “na direção certa”.

Doyle disse que a Restaurant Brands está a caminho de continuar abrindo novas unidades do Popeyes, da Tim Hortons e da Firehouse Sub no exterior, acrescentando que os custos de alimentos importantes, como carne bovina, frango e café, estão diminuindo significativamente.

“Acho que estamos muito bem do ponto de vista de preços”, acrescentou Doyle.

Os resultados do trimestre “fornecem um bom ponto de partida para uma reviravolta, embora vejamos o risco de a inflação da carne bovina pesar na lucratividade da franquia”, escreveram analistas da Cowen liderados por Andrew Charles.

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